quarta-feira, 11 de maio de 2011

Música, subversão e crítica! Bob Marley está presente!

*Tadeu Guerzet - Coordenação estadual do MTL

"Porque me lembro quando costumávamos sentar
Num jardim público em Trenchtown,
Observando os hipócritas
Misturando-se com a boa gente que encontramos
Bons amigos temos, bons amigos perdemos
Pelo caminho,
Neste grande futuro,
Você não pode esquecer de seu passado;
Então enxugue suas lágrimas, eu digo!" 

(trecho da canção No Woman, no Cry)

Hoje marcamos 30 anos desde a morte de Bob Marley. Ao pensarmos nos anos 60 e 70, enumeramos uma série de artístas que surgiram e amadureceram sem deixar a crítica de lado. Artistas que jamais deixaram de compreender seu papel e o papel que sua arte exerce na sociedade que vivem. Artístas que assumiram a tarefa de colaborar com a luta dos oprimidos e instigar em gerações o seu debate, a crítica e o protesto contra um mundo opressor. Artístas como estes hoje são escassos, e por isso não podemos deixar de nos lembrar de alguns importantes.

Bob Marley foi músico, latino, jamaicano, negro e rastafári. Transformou o reggae e o ska de uma forma criativa, melódica e engajada sem perder o fio de sua luta, desde seu primeiro disco até suas últimas gravações, brindando a independencia do Zimbábwe e conclamando África United! Em muitas de suas canções defendia o uso da maconha, o que acabou lhe conferindo um estigma de "músca para maconheiro", o que desqualifica, na verdade, o teor e o significado de todo seu ideal de libertação e paz para o povo negro e trabalhador!

Para nós marxistas, muito do que se reproduz em termos de música, arte e estética, está também condicionado ao trabalho na crítica da alienação e da tendência consumista da consciência do homem e da mulher sobre o capitalismo. Hoje estamos reféns de uma indústria cultural que, ao mesmo tempo que aparenta uma democratização da disseminação da produção artística através da internet, privatiza cada vez mais a comercialização e seleciona cada vez piores coisas para massificar pelos seus meios de comunicação de massas prioritários, rádio e televisão "emburrecendo" cada vez mais a população.

Cabe a todos nós, artístas de esquerda, nesse dia que marca 30 anos da morte de Bob Marley, refletirmos a respeito de nosso papel e de nossa contribuição para a luta contra-hegemonica, para a ruptura com o atual pardão estético da indústria cultural ou, pelo menos, para injetar subversão em suas entranhas dinamitando suas bases.

Se você conhece sua história, 
Então você poderia saber de onde que está vindo,  
Então você não teria que me perguntar, 
Quem eu acho que eu sou. 
Eu sou apenas um Buffalo Soldier no coração da América, 
Roubado da África, trazido para a América,
(Trecho da canção "Buffalo Soldier") 

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