quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Euro "ZONA" !!!

E a velha europa cada vez se afunda mais na crise que ela própria cavou com seus pés!

Consequencia de uma década de subserviência aos organismos ortodoxos tradicionais, políticas elitistas de governos de direita. Esse trimestre, entre os 17 países que compartilham o euro e do conjunto da União Europeia, houve um crescimento de apenas 0,2%  com relação ao trimestre anterior.

A economia da Alemanha, a mais industrializada, foi a que teve o melhor desempenho comparada ao período anterior, cresceu cerca de 2,5%. Já a França tem uma previsão de crescimento de 1,7% este ano. A Grécia, coitada, decresceu mais de 5% com relação ao mesmo período do ano anterior. O FMI anuncia mais uma liberação de grana-preta-direta para os cofres da Grécia que sobrevive em pé de guerra contra seus próprios cidadãos que a cada dia rejeitam as soluções sistêmicas propostas. A crise do capital levou ao fundo do poço esse país, o governo vai pagar metade do que deve pois não tem como fazer diferente, ora bolas, o dinheiro acabou!! Ai o FMI dá mais dinheiro para pagarem o que devem, ficando assim devendo mais. E o que significado tem o "capital financeiro" para além de uma simples grande roda de dívida?

Os bancos da zona do euro anunciam corte de 500 bilhões nos empréstimos para os países que não são tão ricos. Isso terá um impacto maior na República Checa, Hungria, Romênia e Polônia. Outros países que podem ter "investimentos" diminuídos com essa política de austeridade são Ucrânia, Malásia, Africa do Sul, Argentina e ... Brasil. Esses bancos representam cerca de 19% do mercado bancário do Brasil!

ITALIA

A recente queda de Berlusconi não significa muito mais, em termos políticos e econômicos, do que costuma significar aquelas quedas dos treinadores do campeonato brasileiro em termos técnicos. Medida para passar uma sensação de mudanças para a torcida. Ou seja, mude tudo para que tudo permaneça como está! Para a esquerda ver Berlusconi saindo, mesmo que pela porta da frente, tem um valor simbólico importante.. e é de fato importante!

Novas eleições só em 2013... E com uma divida de 2,7 trilhões de dólares a Italia passa por uma recessão, desaceleração da economia,  altos juros e altos "spreads" dos bancos (e os banqueiros são sempre os últimos a perder na crise). Uma das medidas propostas por Berlusconi antes de cair para tentar poupar 45 bilhões para atingir o equilíbrio em 2013 era  cortar gastos e privilégios políticos e privatizar empresas estatais. Vale lembrar que este ano Berlusconi já havia perdido um plebiscito pela privatização do sistema hídrico, o que revelou parte dos 66% de rejeição que sofria em seu país.

Como todo país conservador subordinado aos ditames do FMI e Banco Mundial, as medidas esperadas são sempre privatizações, cortes de postos de trabalho, aumento da idade para aposentadoria e ajuste fiscal. O governo já anuncia, numa carta enviada à comunidade européia, pretensões de aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos para as mulheres. Nessa mesma carta, revela a expectativa da eliminação de 300 mil postos de trabalho!

BRASIL

A medida em que a crise enfraquece mais mercados que interagem com o Brasil, aumentam os impactos em nossa economia que, óbviamente, não possui carcaça blindada. Existe para a esquerda uma tarefa de organizar uma frente de resistência às medidas exigidas pelas organizações financeiras para proteção de seus créditos numa luta que deve se manifestar concretamente.

A exigência de fixar 10% do PIB para educação é uma delas, essa pauta define paradeiro para recursos públicos em uma área fundamental para o país. A luta pela elevação do salário mínimo é outra, a luta contra as privatizações, contra as reformas que retiram direitos trabalhistas e por uma reforma tributária que seja capaz de taxar as grandes fortunas, uma reforma agrária que retire privilegios dos grileiros e latifundiários, que redistribua a terra e o poder no Brasil. Algumas dessas medidas são fundamentais para nos proteger, nós trabalhadores, dos impactos dessa crise que ainda é um fantasma rondando o mundo e a europa.

Essa frente precisa ter uma abrangência institucional e estrutural forte. Precisa determinar pontos programáticos inegociáveis e, nesse contexto, destaco o papel político do PSOL. O PSOL precisa protagonizar e ser capaz de redefinir um campo político mais amplo que nos permita pactuar bandeiras que garantam a sobrevivência dos postos de trabalho e, dessa forma, conter o esfarelamento dos níveis de consciência de classe.

Ao mesmo tempo precisaremos conquistar referencia nas lutas espontâneas que surgirão como consequencia das medidas de reajuste frente a crise. Além de um programa bem definido, precisaremos dessa abrangencia institucional também, para demonstrar a força de nossa ferramenta e dar concretude ao nosso programa, sendo capaz de conquistar a confiança das massas de trabalhadores e fortalecer suas reivindicações.

Com essa ferramenta poderemos redefinir e demarcar o campo político dentro do qual aplicaremos nossa luta revolucionária neste próximo período, na base, com o povo organizado e com a união do campo e da cidade!

* Tadeu Guerzet - Coordenação Nacional do MTL e suplente do Diretório Nacional do PSOL

Movimento urbano de contestação

INSUBORDINAÇÃO

A cidade, em coma, adormece
Percebo na sombra uma prece
A obra de um sujeito objeto
Obsoleto e sem jeito... dejeto.
A margem, não enquadrado... enquadrado.
Não contado, não registrado
Na prateleira do supermercado
Blusa vermelha
Spray na mão
A urbanidade alicia e vicia.
Contra tudo que se torna padrão
Alguém sentencia:
“Subverte-se em vão”.
E vão...
Sempre os mesmos...
Os anti-cidadãos clandestinos, clã de extintos.
Ali na frente presente
Uma nobre deformação.
Num beco calado
Um guerrilheiro desenha no opaco.
No vazio desocupado
Quebra o padrão
Quebra a retumbante arquitetura muda da cidade.
na clandestinidade
Ao mesmo tempo em que ele rabisca no muro,
No escuro acontece o inverso
A cidade rabisca nele seus versos.

T.

Adiamento do ocupa-vitória

O movimento de ocupação foi adiado devido ajustes estruturais e a forte chuva. Sabado  eremos uma reunião às 15h.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Seattle, Tahrir... e porque não Vitória?

*Tadeu Guerzet - Coordenação Nacional do MTL

Mais de uma década depois das manifestações de Seattle, contra os encontros do G-8, ou os herdeiros do consenso de Washington, por vezes a juventude resolve se expressar por de trás da institucionalidade e sem pedir muita opinião aos partidos de esquerda tradicionais (e mesmo os não tradicionais).
O jovem que tinha seus 20 anos em Seattle ou em Gênova, hoje, provavelmente, é um dos que perdeu seu emprego diante da crise econômica mundial.









Não sei se é a crise de representação das entidades tradicionais, o descenso dos movimentos, a cooptação dos partidos de esquerda... acontece é que nos últimos 10 ou 15 anos, a nível de mundo, o que se tem contabilizado de mais significativo, radical e mobilizante, tem sido manifestações com alto teor espontaneísta, organização de organizações, movimento de movimentos, conjunção de indignados, convergência de bandeiras. No início de nossa década o movimento alter-global, o forum-social-mundialismo, incorporado com grande euforia pelas tradicionais correntes da Quarta-internacional mandelista e pela DS, a velha "Democracia Socialista" no PT até hoje. Os "alter-globalização" de hoje são os indgnados, pela democracia real. A juventude politizada tem chegado a conclusão de que um outro mundo é urgente, e não se contentam com a promessa de um mundo socialista num futuro remoto, que se dará mediante a ruina final do capitalismo a partir de suas próprias contradições intrínsecas. Essa juventude quer segurar com a mão a sua primavera!



Sendo assim, inspirados pelo movimento que tem solapado o mundo e irritado o mercado, jovens da Grande Vitória, que provavelmente já são caras conhecidas das ruas da cidade, se organizam no sentido de ocupar a cidade, as mentes de quem passar por eles, e alguns assuntos de mesas de botecos, porque não? Ocuparão também algumas conversas das autoridades que administram nossa cidade ou zelam pela segurança do capital.
Imagino que ocuparão também algumas notícias de jornal, não muito benevolentes, não muito explicativas e não muito generosas... matérias dignas da boa, velha e carcomita imprensa marrom.

Hoje 14h alguns jovens farão uma aposta com os corações da cidade. Entregarão a proposta de unidade, contra a repressão do estado aos movimentos sociais e exigindo fim da impunidade. Contra os PMs que apertam gatilhos contra estudantes e sem-tetos, rindo deles mancando! PMs que se desumanizaram em suas formas de treinamento militar, ultrapassado. PMs que passam tanto tempo olhando o abismo, que nem se deram conta de que o abismo já começou a a olhar para dentro deles a muito tempo! Desumanizados!
Exigiremos que o estado responda pelo crime em Barra do Riacho este ano!
Não esqueceremos, pois quem apanha nunca esquece!
As mortes e o sofrimento de quem foi obrigado a viver numa quadra de esportes e conviver com a pneumonia, o frio, a maresia...
Exigiremos fim da corrupção, não apenas do deputado que recebe propina, ou do prefeito de superfatura uma obra. Mas do governador que mantém um pedágio criminoso com o da terceira ponte, um contrato inescrupulosamente absurdo com a GV-bus.
Por fim, exigiremos o fim do capitalismo. Já chega. Cansamos de coisas irresolvíveis, problemas crônicos, do desemprego estrutural, natural e aceitável. Um outro mundo é urgente, e uma hora teremos que começá-lo!

O MTL estará presente e priorizará essa ação enquanto ela durar! A primavera depende de homens e mulheres!

OCUPA-VIX começa hoje e já é notícia no ES!


Protesto com barracas em frente à Assembleia

Movimentos sociais planejam passeatas por segurança e transporte e contra violência policial


Integrantes de movimentos sociais do Estado vão montar acampamento em frente à Assembleia Legislativa, em Vitória, a partir das 14h de hoje, para dar início a uma série de manifestações. Entre as pautas estão melhoria de segurança e de transporte público e fim da violência policial. O movimento "Ocupa Vix - Vitória Resiste" deve durar três dias, e a expectativa dos organizadores é a de reunir mais de 200 pessoas.

Muitos confirmam presença por meio de redes sociais na internet. O movimento foi inspirado em protestos realizados em outros países, como o "Ocupe Wall Street", em Nova York.

Um dos organizadores do Ocupa Vix, Gustavo De Biase acredita que mais pessoas se juntarão às atividades amanhã e na sexta-feira. "Escolhemos um local simbólico e esperamos atrair mais gente que passa por ali, tentando convencê-los de que as coisas não estão boas no Estado", conta De Biase.

Além de fóruns, oficinas e atividades culturais - que vão acontecer na escadaria da Assembleia -, os manifestantes planejam realizar passeatas em direção à Terceira Ponte e ao Palácio Anchieta. Também querem se antecipar ao reajuste das passagens de ônibus na Grande Vitória, prevista para o ano que vem, e podem voltar às ruas contra o aumento.

Entre outras reivindicações, eles pedem o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte e a responsabilização da PM por atos que consideram excessivos, como o ocorrido durante a desocupação de uma área irregular em Barra do Riacho, Aracruz, em maio deste ano.

O Silêncio que precede o esporro - Guerra em São Torquato - Vila Velha

Há duas semanas o assassinato de um dos chefes do tráfico da região de COBI e São Torquato (morro do Boa Vista), gerou um toque de recolher nesses bairros. Há dias a polícia vinha assediando essas comunidades, resultando em alguns confrontos e trocas de tiros. Jovens já haviam morrido nessa guerra.
A morte do traficante foi motivada por uma briga pelo controle do tráfico na região, o que não exclui a hipótese de que a subida da polícia também também tenha tido a mesma motivação. Hoje em dia é comum ver de dentro do estado e suas forças armadas uma relação estreita com o tráfico.

No bairro as pessoas estavam apreenssivas, e os funcionários públicos foram coagidos a trabalhar pelo Estado, mesmo este não garantindo a segurança no trabalho. O estado coloca em risco seu funcionalismo ao ameaçar cortar o ponto de quem, por medo, abandonar o posto de trabalho em meio a guerra da polícia contra as drogas não legalizadas.

Algumas pessoas tem relatado constantemente terem visto a movimentação dos traficantes e suas armas, emcapuzados, se preparando para se enfrentarem a qualquer momento na região. No final de semana ouviam-se trocas de tiros entre os dois morros. Ao que dizem por aqui, a polícia espera o enfrentamento de ambos os grupos, a vingança do grupo do traficante assassinado, para entrar na comunidade. Enquanto isso, o que se vê são viaturas rondando pelas ruas do bairro.

Neste domingo houve mais uma troca de tiros em COBI.

O MTL denuncia o extermínio da juventude negra na semana da consciência negra. A falta de opções e oportunidades de uma sociedade baseada na competição e exclusão, que escravizou um povo e jamais garantiu seus direitos. Se hoje o jovem de periferia encontra no trafico a unica forma de elevação social, isso é resultado de séculos de capitalismo, de abstenção do estado, de privação de direitos, de opressão e violência em suas variadas formas.

Isso não se resolverá com armas e polícia, mas com justiça social, distribuição de renda e direitos.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fala da companheira Janira, do MTL, deputada estadual no Rio de Janeiro, em defesa de Marcelo Freixo

MTL declara total apoio a Marcelo Freixo (RJ) e repudia o crime organizado das milícias

"Não se combate o crime, se combate a favela"
Por Revista Consciência.Net em 03/11/2011

Marcelo Freixo“Vivemos 21 anos de ditadura militar (1964-1985). E a transição para a democracia não está completa. Tivemos avanços nos direitos políticos, mas o mesmo não ocorreu nos direitos econômicos e sociais. A estrutura da polícia é muito vinculada a uma herança da ditadura. Os batalhões de polícia parecem quartéis. O Batalhão de Operações Especiais (Bope), no Rio de Janeiro, realiza seus treinamentos em uma favela-cenário. Mas os crimes não se concentram nas favelas. Menos de 1% dos moradores de qualquer favela do Rio tem envolvimento com o crime. Por que toda a lógica de repressão é voltada para a favela? Na verdade, não se combate o crime, se combate a favela.
(…)
Temos 16 UPPs instaladas num universo de mil favelas. Nenhuma área controlada por milícia tem UPP, com exceção de Ubatan – onde os jornalistas do jornal O Dia foram barbaramente torturados. Portanto, essa região tem um potencial simbólico. As UPPs estão em áreas estratégicas de grandes investimentos do capital privado. Todas as favelas próximas a hotéis e a praias da zona Sul têm uma UPP. Não é um projeto de policiamento e não atende às favelas mais violentas. É um projeto de cidade.”
Marcelo Freixo, deputado estadual (PSOL-RJ), pouco antes de sair do País devido às crescentes ameaças contra sua vida por parte de milícias que atuam na capital fluminense. Jornal do Comércio – 30/10/2011

Repressão contra famílias sem casas em SP

Sem-teto ocupam prédios de SP e PM organiza repressão

Enviado por luisnassif, seg, 07/11/2011 - 08:18
Do Apoio Popular
Cerca de 2 mil integrantes de diferentes movimentos sem-teto estão neste momento no centro da capital. Um dos prédios ocupados é no cruzamento da Av.Ipiranga com a Av.São Paulo, onde a Polícia Militar já organiza ação de repressão para desalojar manifestantes.
Aproximadamente dois mil integrantes de diferentes movimentos sem-teto realizaram neste domingo (06/11) uma série de ocupações simultâneas no centro da capital paulista. Eles ocuparam prédios abandonamos para chamar a atenção do poder público e da população da cidade para a necessidade de garantia de moradia para o conjunto dos habitantes de São Paulo.
Uma das ocupações é em um edifício no cruzamento da Av. Ipiranda com a Av. São Paulo. Neste início de madrugada de domingo para segunda, a Polícia Militar ameaça reprimir os manifestantes para desocupar o prédio. Neste momento (0h30), a PM já bloqueou o trânsito da Av. São João para organizar sua ação. Não há ordem judicial emitida para a desocupação.

Mais transtorno na Barra do Riacho

Mais uma vez, a comunidade de Barra do Riacho, fica refém dos VAGÕES DE TREM DA VALE DO RIO DOCE.  Aproximadamente às 22:55 horas, no dia 07 de Novembro, os vagões que transporta Celulose e outros derivados do estado de Minas Gerais, tendo seu maior cliente, nesses comboios a CENIBRA no transporte de Celulose para a PortoCel, bloqueou a pista de acesso ao Sul de Barra do Riacho, por 50 minutos, causando assim um enorme engarrafamento. Esta situação é cotidiana, a anos nossa comunidade vem pedindo um viaduto no local, 11.000 habitantes não pode ficar reféns de empresas que pensam somente em sua logística. Organizações responsáveis ajuízam junto a comunidade uma melhor maneira de se relacionarem e serem parceiras em âmbitos sociais, econômicos, ambientais e outros.  Os moradores esperam que a FIBRIA, CENIBRA e VALE tenha o bom senso como teve a NUTRIPETRO em construir um trevo ao Oeste de Barra do Riacho, que será apresentado em Dezembro à comunidade, e dê alguma explicação à sociedade e venha atender a reinvindicação do viaduto próximo ao porto.