quarta-feira, 18 de abril de 2012

A mentira do crescimento da economia brasileira

O PIBINHO DA SEXTA ECONOMIA MUNDIAL
Por : Maria Lucia Victor Barbosa
O ser humano tem necessidade de acreditar em alguma coisa que dê sentido a sua vida e, assim, se torna alvo fácil fácil de espertalhões de todos os tipos, sendo mais visíveis aqueles que transitam na esfera pública. Entretanto, a “ética da malandragem” não é monopólio de nenhuma classe social. É praticada tanto pelo indivíduo que vende ilegalmente terrenos que não lhe pertencem aos seus iguais favelados, quanto por empresários que praticam a “ética de mercado”, nome politicamente correto para a corrupção que se espraia como nunca em perfeita simbiose com a esfera pública.
Aliás, sempre houve o intercâmbio governo e elites econômicas, sendo que atualmente chefões mafiosos também mandam em altos escalões governamentais. A sucessão de quedas de ministros acusados de atos ilícitos no primeiro ano do mandato de Dilma Rousseff, que estariam ainda em seus cargos não fossem as denúncias feitas pela imprensa é prova do que aqui se afirma.
Outros ministros estão, como se diz, blindados. Estes podem navegar tranquilos em suas lanchas, singrando sem problemas o mar de lama da corrupção público-privada. Neste caso e no dos que caíram dos ministérios, mas seguem impávidos em outros cargos importantes, a impressão que se tem é a de que companheiros pairam acima da lei ou mantêm a lei a seu favor. Ingênuo, desinformado ou indiferente o povo acredita em faxina presidencial, está otimista quanto a economia e atribui 77% de aprovação a presidente cujo mandato até agora foi de um vazio absoluto. Algo, sem dúvida, politicamente surrealista.
Deve-se o atual estado de putrefação moral ao PT, que aos poucos vai solapando valores capazes de funcionar como bússola de condutas e impondo falsos valores atrelados ao seu projeto de poder. Ao mesmo tempo, a classe dominante petista vai centralizando cada vez mais poder no Executivo e levando a reboque o Legislativo e o Judiciário. Tudo está a serviço do Partido, o resto é coadjuvante. Sem oposição fica fácil ir aos poucos completando o domínio. E, se recentemente houve rebelião nas bases aliadas, um sucedâneo de mensalão pode refazer a completa dominação petista sobre o Congresso. Basta Lula da Silva chamar às falas sua pupila e cobrar dela o mesmo que fazia seu “companheiro de guerrilha”, José Dirceu.
“Corrupção sempre existiu desde que Cabral pisou a Terra de Santa Cruz”, gritarão os militantes. “Nunca existiu mensalão”, dirão outros repetindo o ex-presidente que nunca deixou de presidir, “o que há é coalizão”. É verdade, corrupção que leva pelo ralo o dinheiro que devia ser destinado ao povo sempre foi praticada, só que agora está sacramentada, oficializada e é exercida com desfaçatez inédita. Em estado de beatitude o povo aplaude e se regozija com a roubalheira que o prejudica, com os altos impostos, com a péssima situação da Saúde, como o baixíssimo nível da Educação.
Para tanto êxito dos antigos militantes éticos funciona a deturpação dos dados econômicos, o falseamento dos fatos. E, se “a estatística é uma forma nobre de mentira”, o marketing pode ser uma forma ignóbil de enganação.
Somos a sexta economia mundial, alardeou o governo, mas passou batido que em 2011 tivemos um pibinho de 2,7% e não os prometidos 5% do ministro Mantega. Foi de longe o pior PIB dos Brics, o mais baixo da América Latina, um fiasco completo diante da jactância oficial.
Na realidade cresce a inadimplência e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de juros e amortizações, o que deve frear de novo o PIB deste ano. O que faz o governo? Manda o povo comprar mais e para isso grita como um Sílvio Santos através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica: “Quem quer dinheiro? Aqui temos crédito abundante e juros baixos. Os bancos particulares que nos sigam”. Será que já vimos um filme um tanto parecido em outro país, o que gerou a crise mundial?
Quanto a indústria Brasileira, que vem se desindustrializando por conta de questões como, entre outras, carga tributária, pesados encargos trabalhistas, custo do dinheiro, problemas de infraestrutura, escassez de mão de obra qualificada, foi agraciada com um pacote de boas intenções e exacerbação de medidas protecionistas que só fazem atrasar nosso possível desenvolvimento.
Quando Lula da Silva chegou à presidência na quarta tentativa herdou a herança bendita do Plano Real e navegou nas águas calmas da economia mundial, que só começaram a se tornar turbulentas em 2008. Rousseff herdou do seu mestre e de si mesma um herança maldita e trafega em meio à crise mundial. O governo vai precisar de algo mais que encenações e enganações para que o PIB desse ano não seja um pibinho.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

CUT perde na FASUBRA

http://cspconlutas.org.br/2012/04/congresso-nacional-da-fasubra-derrota-da-cut-e-fortalecimento-do-polo-de-esquerda/



Congresso Nacional da FASUBRA: derrota da CUT e fortalecimento do polo de esquerda

17/04/2012

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O XXI CONFASUBRA (Congresso Nacional da Fasubra – Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) aconteceu de 11 a 15 de abril, em Poços de Caldas (MG), com participação de 1.076 delegados (as) vindos de todos os estados do Brasil.

O evento foi polarizado entre as posições do bloco de esquerda e a bancada governista. O congresso teve como ponto alto a votação da proposta apresentada pelos cutistas defendendo a refiliação da FASUBRA à CUT.  Os governistas bem que tentaram, mas por maioria do plenário, os delegados e as delegadas, presentes ao XXI CONFASUBRA, mantiveram a desfiliação da federação à CUT.

O companheiro Doni, da direção nacional da entidade e militante da CSP-Conlutas, falou aos congressistas em defesa da manutenção da desfiliação: “Se no congresso passado defendemos a desfiliação dessa central chapa branca, porque apoiou a reforma da previdência de 2003 e esteve ausente nas lutas dos servidores federais contra o governo Lula, agora nossas razões são ainda maiores”, salientou. 

Segundo o dirigente, a CUT nada fez para apoiar a luta dos servidores federais contra a aprovação do FUNPRESP e a EBSERH. “Ao contrário, os ex-dirigentes dessa central pelega, hoje parlamentares, votaram pela privatização da saúde e previdência do servidor federal. Ainda não derrotamos completamente o governismo em nossa federação, mas sua central entreguista, comprometida com o governo, os patrões e a burguesia, não passará em nosso congresso”, salientou.

Após as defesas, a decisão foi de manter a federação desfiliada da CUT com 534 congressistas votando contra a refiliação e 489 a favor.


Calendário de lutas aprovado no debate sobre o plano de ação

25/04 – Organizar a participação dos trabalhadores das Universidades no Dia Nacional de Luta com paralisação dos servidores;

30/04 - Data limite para o governo responder à pauta de reivindicações do Fórum Nacional das Entidades dos SPF;

09 e 10/05 - Paralisação Nacional com os eixos: reajuste emergencial (com negociação das pautas protocoladas no MEC e MPOG), elevação do piso  salarial e aumento do auxílio alimentação, racionalização, aposentados e Anexo IV;

17/05 - Envio de Caravanas à Brasília;

30/05 - Data limite para encerramento das negociações da pauta específica com o Governo Federal.

CSP-Conlutas propõe unificação da esquerda e sai fortalecida na direção da FASUBRA

Desde o início, os delegados (as) da CSP-Conlutas defenderam a construção de um polo de oposição, unificando todas as forças de esquerda presentes no congresso para tentar derrotar o governismo. Um panfleto chamando a unidade foi apresentado aos congressistas com a proposta de uma chapa unificada para a Direção Nacional. A Frente Sindical BASE, composta por militantes da CSP-Conlutas, MES e Independentes, e o VAL (C-SOL, Intersindical e Independentes) tiveram acordo desde o início com essa unidade. Porém, havia resistência nos outros setores – Unidos pra Lutar e PSLivre. No final, a chapa unitária só foi fechada porque esses dois setores foram muito pressionados por suas bases, que exigiram de suas direções que compusessem a unidade com as outras forças.

Para o membro da CSP-Conlutas, Paulo Barela, presente no Congresso, essa foi uma vitória muito importante para a CSP-Conlutas, que se expressou na construção do maior bloco do congresso, uma vez que o governismo se dividiu em três chapas: duas cutistas, CSD e Tribo, e uma da CTB. Apesar de, na soma dos cargos, as três chapas governistas terem maioria, ou seja, 13 cargos, contra 11 do Bloco de Esquerda, na Coordenação Geral, o bloco ficou com duas vagas, enquanto que os governistas ficaram com apenas uma. Como a CSP-Conlutas era majoritária no BASE e essa frente teve o direito de escolher a terceira vaga na Coordenação Geral, foi eleito o companheiro Gibran, de Goiás, integrante da Central.

Segundo Gildean, “derrotamos o governismo na FASUBRA e nossa Central vai ocupar uma posição de destaque nessa direção”. Para ele, isso comprova que a política de unidade com todas as forças de esquerda em uma única chapa estava acertada. “Vamos viver um novo patamar na disputa política da direção da FASUBRA, com melhores perspectivas na base da categoria”, sintetizou.

A companheira Ivanilda, também da CSP-CONLUTAS, foi eleita na direção para desenvolver o trabalho na Secretaria da Mulher Trabalhadora. “O machismo infelizmente ainda é uma marca muito forte na Universidade Federal e a FASUBRA nunca conseguiu apresentar um projeto consequente para combatê-lo”, explicou. Ivanilda destacou ainda que a marca desta Secretaria será a construção de um projeto, no marco da luta de classes. “A luta da mulher pela sua emancipação e contra a opressão machista se combina com a luta contra as políticas dos governos burgueses e contra o capitalismo”, destacou.

Marcelino Rodrigues, que deixa a direção da entidade, avaliou que na gestão na direção da FASUBRA a Central encarou um duro embate com as correntes da CUT e CTB no qual a categoria foi chamada para lutar contra o governo. Rodrigues deu como exemplo a greve do ano passado na qual o embate contra a burocracia, sobretudo a cutista, continuaram muito duros, por isso, persiste a necessidade de aprofundar a organização dos técnicos administrativos para enfrentar o governo do mesmo modo. “Creio que os companheiros da CSP-CONLUTAS que assumem essa nova direção reúnem as condições e o comprometimento necessário para desenvolver a tarefa”, avaliou.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Barra do Riacho continua pressão com manifestações, e o processo anda!

Viva a luta e a pressão popular!


Depois de quase um ano do terrorismo policial promovido pela PM capixaba e patrocinada pelo governador Renato Casagrande (PSB) e pelo prefeito Ademar Devens (PMDB), começa a andar o processo de construção de casas populares na Barra do Riacho. Desde o ataque policial contra o povo e a derrubada das casas o movimento pressionou sem parar a prefeitura para que isso não ficasse à deriva. A pressão popular fez andar esse projeto, mas isso não apaga o terror que foi realizado ano passado e a irracionalidade que é um prefeito derrubar 313 casas já construídas, que gerou uma morte durante o despejo, deixar familias desabrigadas numa quadra (o que gerou outra morte por pneumonia que não foi creditada responsabilidade a nenhuma autoridade), para, com dinheiro publico, construir novas casas em menor quantidade e contemplando menos famílias.


Mais criminalização dos movimentos sociais - ES

ARACRUZ: “CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS REQUER PROTEÇÃO PARA DEFENSOR”
Por : Pettersen Filho
Ofício diretamente enviado ao Secretário de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo, Doutor Henrique Herkenhoff, e ao Delegado de Polícia Civil do NUROC – Núcleo de Repressão ao Crime Organizado, Doutor Jordano Leite, requer, em grau de Urgência medidas protetivas quanto ao Defensor de Direitos Humanos do Municipio de Aracruz/ES, Josely Pinto dos Reis.
Conforme narra a signatária, Coordenadora do PPDDH  - Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Serra/ES,  Marta Falqueto, Josely, atualmente morando em João Neiva/ES, seria o responsável por várias denúncias passadas no Município de Aracruz, e adjacências, motivadores de varias Operações Policiais na Região, motivo das supostas ameaças que estaria sofrendo, há quase um ano, sem que qualquer providência haja sido tomada.
No Ofício que encaminha, esclarece a Coordenadora: O Conselho Estadual dos Direitos Humanos – CEDH/ES - através do ofício 057/2011, do dia 18 de abril de 2011, solicitou o reingresso do Defensor de Direitos Humanos- DDH - Josely Pinto dos Reis ao Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos/ES – PPDDH/ES. No dia 06/05/2011 a equipe técnica do PPDDH/ES em visita ao DDH no município de João Neiva, não constatou ameaças concretas que o colocariam em risco e/ou vulnerabilidade.
Porém, nas últimas semanas, foram desencadeadas operações policiais naquela região, entre elas, a operação “Ouro Negro” – tráfico de madeira e sonegação de impostos – crimes denunciados também pelo DDH Josely Pinto dos Reis, podendo ocasionar uma real situação de risco e/ou vulnerabilidade para o DDH.
Mediante situação, solicitamos a Vossa Senhoria, informações acerca das investigações do caso do Defensor de Direitos Humanos de João Neiva/ES, o Sr. Josely Pinto dos Reis , para nos interarmos sobre a real situação de risco e/ou vulnerabilidade em que se encontra no momento, para adotar as medidas cabíveis sobre proteção, caso seja necessária, em face de sua atuação na defesa e promoção de direitos humanos naquele município.”, conclui .
Assunto, realmente, delicado, que merece toda a atenção das Autoridades requeridas, também é objeto de avaliação pela Anistia Internacional, conforme nos relata o próprio Josely, quem aguarda efetivas providências, antes que mal irreparável, eventualmente, ocorra.

Contato: mailto:joselydosreis@gmail.com

ANTUÉRPIO PETTERSEN FILHO, MEMBRO DA IWA – INTERNATIONAL WRITERS AND ARTISTS ASSOCIATION É ADVOGADO MILITANTE E ASSESSOR JURÍDICO DA ABDIC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DO INDIVÍDUO E DA CIDADANIA, QUE ORA ESCREVE NA QUALIDADE DE EDITOR DO PERIÓDICO ELETRÔNICO “ JORNAL GRITO CIDADÃO”, SENDO A ATUAL CRÔNICA SUA MERA OPINIÃO PESSOAL, NÃO SIGNIFICANDO NECESSARIAMENTE A POSIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO, NEM DO ADVOGADO.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lideranças sem-terra assassinadas no Triângulo Mineiro

MTL – MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE



LATIFÚNDIO EXECUTA UMA TRABALHADORA E DOIS TRABALHADORES SEM TERRA NO TRIÂNGULO MINEIRO

EXIGIMOS PUNIÇÃO IMEDIATA DOS AUTORES E MANDANTES



No dia 24 de março, último sábado, três trabalhadores sem terra da organização irmã, MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra) foram brutalmente assassinados enquanto se deslocavam num veículo, da Fazenda São José dos Cravos para a cidade de Uberlândia. O imóvel foi ocupado há 05 meses, e a liminar de reintegração de posse foi expedida pelo juiz agrário de Minas Gerais na véspera do massacre. 
Os três trabalhadores eram coordenadores do acampamento: Clestina Leonor Sales Nunes, 48 anos; seu marido Milton Santos Nunes, 52 anos; e Valdir Dias Ferreira, 39 anos. O veículo em que estavam foi interceptado e os três identificados e baleados na cabeça. O netinho de Clestina e Milton, criança de 05 anos, que estava no carro, só não foi executado porque escondeu entre os bancos e os corpos.
Para o MTL não há dúvidas que foram mortes encomendadas pelo latifúndio e agronegócio revelando uma ação dirigida que coloca em risco todos os lutadores da reforma agrária na região. Pessoas estranhas rondavam o acampamento e sabiam em especial, da liderança de D. Clestina. Há anos denunciamos grupos para-militares que agem no Triângulo Mineiro, dos quais integrantes do MTL e da CPT já foram vítimas. Lideranças de todos os movimentos sociais que aqui atuam, estão sendo seguidas e reuniões de coordenações estão sendo vigiadas. Latifundiários tentam infiltrar comparsas nos acampamentos.
Esses crimes bárbaros não podem ficar impunes. Exigimos da polícia civil agilidade nas investigações. Na véspera dos crimes dois pistoleiros foram pegos com armas pesadas em outro município da região, pagaram fiança e foram soltos, apesar de contra eles pesarem várias denúncias do Ministério Público por crimes a eles atribuídos.
Esse massacre é um alerta a toda sociedade brasileira. O Brasil é o segundo país do mundo em maior concentração fundiária. Lideranças de trabalhadores, religiosos(as) inseridos nas causas populares e advogados(as) são assassinados diariamente.
 O Triângulo Mineiro, tradicional na monocultura da soja e na pecuária de corte, foi escolhido pelos governos Lula e Dilma como um dos principais pólos do país para a expansão da cana de açúcar. Esses governos são também os responsáveis pela concentração fundiária e pelos assassinatos no campo. Oferecem todo apoio ao agronegócio (créditos abundantes e subsidiados, pesquisas, assistência técnica, perdão de multas aos desmatadores, alteração do código florestal). Enquanto em 2011 49,5% do orçamento da União foi destinado para pagamento de juros da dívida, o investimento em Reforma Agrária não chegou a 1%. O INCRA continua sendo sucateado, não tem recursos nem mesmo para viagens de seus técnicos, não vistoria e não desapropria os imóveis improdutivos, para os assentamentos faltam créditos, infra-estruturas e assistência técnica qualificada.  
Hoje, menos de 15% da população brasileira está no campo, pois não interessa a esse Governo promover uma reestruturação fundiária do país, distribuir a terra, promover a justiça, punir os massacres e possibilitar vida digna para as populações rurais. Tudo para o agronegócio! Nada para os sem terra!
Outro poder conivente com o latifúndio é o Judiciário. Juízes são ágeis para conceder reintegração de posse aos latifundiários, fazem vista grossa aos crimes ambientais e criminalizam lideranças dos movimentos, mas, morosos com os processos envolvendo ameaças, violências e massacres contra os trabalhadores, ignoram em suas decisões o princípio Constitucional que exige o cumprimento da função social da propriedade, não observam a função social do exercício da magistratura e não cobram do governo uma justiça social.
O MTL se solidariza com o MLST, com as famílias acampadas na São José do Cravos e exige a punição imediata dos mandantes e executores das mortes de Clestina, Milton e Valdir. Solicitamos também, o ingresso da Polícia Federal nas investigações, pois não se trata apenas de crimes isolados, mas de uma ação regional e nacional arquitetada pelo latifúndio.
Conclamamos todos os Movimentos Sociais do campo, pastorais, sindicatos, lideranças políticas e a população em geral para nos somarmos, efetivamente, numa forte união pela punição dos responsáveis desse triplo homicídio e para exigirmos a realização da Reforma Agrária no país.

Viva a luta pela Reforma Agrária!

Viva a coragem de Clestina, Milton e Valdir!!!


Uberlândia, 30 de março de 2012


MOVIMENTO TERRA TRBALHO E LIBERDADE    





quarta-feira, 4 de abril de 2012

Papel do PT no governo, para Luiz Werneck Vianna



IHU On-Line – O PT guarda ainda alguma inovação para a política nacional ou rendeu-se ao pragmatismo?
Werneck Vianna – Ele se rendeu. Mas há coisas importantes ainda no PT, que trouxe inovações, arejou e aproximou os movimentos sociais do governo, da administração, além de ter uma política muito atualizada e amável com a vida sindical. Os sindicatos têm uma participação importante ainda, não tanto no governo Dilma como tiveram no governo Lula, mas ainda têm alguns elementos característicos disso. Isso tudo são registros a serem feitos na agenda que o PT tem cumprido até aqui. O que ele perdeu foi o elã, a inspiração, o vínculo com as suas origens, com as suas grandes expectativas de produzir uma transformação no país. Na verdade, o PT se tornou uma força condutora da expansão burguesa no Brasil.

IHU On-Line – Em outras entrevistas o senhor sempre reiterou que o governo Lula havia cooptado os movimentos sociais, trazendo-os para dentro do Estado. Como está a situação levada por Dilma neste primeiro ano de governo?
Werneck Vianna – Isso persiste, mas com uma atenuação, visto que com Lula esse processo avançou muito. As questões que importam para Dilma são as de estado e de economia, de gestão, de racionalização. Ela é muito desatenta em relação a esses problemas de tornar o governo mais poroso, mais próximo dos movimentos sociais, atraindo-os para o Estado e daí exercendo sobre eles uma tutela. É uma questão que existe, que continua, mas não é a ênfase do governo Dilma. A ênfase do governo Dilma é economia de gestão, racionalização.

IHU On-Line – Em que sentido podemos ver a marca da racionalização no governo Dilma?
Werneck Vianna – Nesse sentido, ela vem merecendo o qualificativo de “gerentona”, a gerente do Brasil como empresa, como negócio e não como sociedade. O que traduz de forma mais incisiva é a natureza desse governo tendo como seu sistema fundamental de orientação o aprofundamento e a expansão da ordem burguesa no país. Daí os movimentos sociais estão articulados com o Estado, cooptados, os sindicatos não deixam de estar também jurisdicionados pelas políticas governamentais. A sociedade se deixa levar na medida em que a taxa de emprego está bastante razoável e os negócios prosperam. No entanto, a sociedade está órfã politicamente.