terça-feira, 15 de maio de 2012

Dia 18 completa 1 ano do despejo de 330 famílias da Barra do Riacho

Um ano a menos, nada mais!

* Tadeu Guerzet - Coordenação Nacional do MTL

Dia 18 de maio completamos um ano de um dos dias mais tristes que passamos. Nós que vivemos, conhecemos, almoçamos, bebemos, rimos e choramos com as pessoas simples que queriam simplesmente ter uma casa, uma posse, algo que não lhes fosse tomado lá na vila da Barra do Riacho em Aracruz.
Mais ou menos ano que publiquei um texto tentando decifrar todas as formas de violência que foram praticadas aquele dia por este aparelho frio e sanguinário que é a PM capixaba, a violência que foi a abordagem de alguns meios de comunicação, a violência que foi o descaso da justiça quando o povo precisou dela, para respoder sobre as mortes que houveram. A violência que é não poder fazer nada. A reação, que é um dos sentimentos mais humanamente expontâneo de todos, é crime se praticado contra a instituição, o estado, a polícia, a pretensamente auto-denominada "justiça", que não passa de um prédio na capital, nada mais. A violência que é ser filmado chorando com seu filho sentado ao seu lado te perguntando para onde ir. A violência que está nos olhos dos políciais do BME em frenesi atirando em crianças, jogando gás em idosas e chutando animais.

Naquele dia eu não pude medir outras "violências" que vieram em seguida. Dias vividos em uma quadra poliesportiva. A violência que é você ser despejado de uma quadra, que é ficar doente em uma quadra e morrer de frio em uma quadra. A violência que é você passar um ano a mais sem um pedaço de chão para, literalmente, ter onde cair morto (ou vivo). Você trabalha mas é impossível conseguir uma terra com o que ganha. A propriedade privada é algo que não foi feito para uma absurda parte dos trabalhadores no mundo.

Depois de um ano e nada feito. Vai a Barra do Riacho mais uma vez para Vitória. Para cumprir essa exigencia corporal, física e mental que é demonstrar indgnação, insatisfação. Mostrar as feridas para essa maioria silenciosa orgulhosa por não ter nada para falar, gritar, reclamar, dizer. Essa elite acéfala "pensante" e arrogante da capital ilhada, que só sabe reclamar do vizinho, que é o máximo onde sua imaginação alcança. Eles virão no dia 17 para reclamar do dia 18! Estarão à frente para dizer que existe vida fora das notícias, das festas e dos vídeos. Para dizer que além do mais, existem pessoas.



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