terça-feira, 31 de maio de 2011

A população de Vitória protesta contra p despejo das famílias da Barra do Riacho - ARACRUZ - ES



Hoje cerca de 200 pessoas sairam em passeata do palácio Anchieta, antiga sede administrativa do governo estadual, passando pelas avenidas do Centro de Vitória em direção ao Palácio da Fonte Grande, atual sede administrativa do governo estadual. Essa pessoas, em sua maioria, representantes de movimentos sociais, estudantes, servidores e professores da Universidade Federal do Espírito Santo.
O governador Renato Casagrande, mais uma vez, não esteve disposta a se reunir ou dar declarações. Ele permanece numa posição de pouco caso de não dar atenção às reivindicações da população do estado que o elegeu.
Uma comissão foi recebida pelo vice governador que não pode dar muitas respostas sobre o caso. Entretanto, garantiu que está resolvendo, junto a prefeitura de Aracruz, questões mais emergências para as famílias que estão morando na quadra ou de favor na casa de amigos. Sobre as demais reivindicações, o vice governador do PT pediu tempo para verificar com o governador, do PSB.
A manifestação foi vitoriosa e colocou novamente a questão da moradia e dos direitos humanos em pauta! Inúmeras tem sido as ajudas espontâneas de doações da população revoltada com a ação do governo e do prefeito de Aracruz Ademar Devens.

O DCE da UFES e a ONG Avalanche ainda estão recebendo as doações.

Texto de Padre Xavier sobre Barra do Riacho


Caríssimo eucalipto
Segunda-feira, 23 de Maio de 2011

Caríssimo eucalipto,
Quero lhe contar a história de MaÍra, uma menina de sete anos. É uma das dezenas de crianças que ocupam a quadra de esporte de Barra do Riacho, distrito de Aracruz. Na quarta feira passada (18/05/2011) centenas de policiais militares invadiram o loteamento onde seus pais haviam construído uma casinha. Perdeu tudo. Sua casa foi derrubada por retroescavadeiras a mando da prefeitura. Agora não tem lugar para onde ir. Na quadra de esporte conta o terror daquele dia através do desenho. Na folha de caderno pintou um helicóptero jogando bombas e o povo correndo para não ser atingido. Na parte baixa da folha desenhou o caixão de dona Santa, morta durante a operação após ter passado mal, e um policial que atira em sua direção. Não sei se vai conseguir esquecer aquela dramática experiência? Talvez, se agora estivesse morando numa outra casa, o trauma fosse menor, mas naquela quadra onde dezenas de pessoas se amontoam de qualquer jeito não deve ser fácil esquecer.
Confesso-lhe que não conheço bem a história daquela ocupação. Não sei quem a liderou e se todas as famílias que aí estavam não tinham como pagar o aluguel. De qualquer jeito o tempo foi passando e o povo foi construindo suas casas. Várias famílias se endividaram para realizar o sonho da casa própria. Mas de uma hora pra outra o sonho foi esmagado por uma operação policial muito violenta. A fúria que foi utilizada naquele dia para demolir as casas daquelas famílias enterrou a alegria da demolição do presídio de Novo Horizonte que acontecera dois dias antes.
Eu sei que a Prefeitura de Aracruz está com um projeto para a construção de casas para famílias de baixa renda naquele terreno, mas será que não dava para pensar numa outra solução? Milhares de hectares de terra naquela região estão ocupados por você, amigo eucalipto. Por quilômetros e quilômetros só dá você. É você que toma conta de tudo. Inclusive você fede para caramba quando está sendo transformado em celulose. Será que você não poderia ter cedido um pouco de seu espaço para a construção das casas da Prefeitura e ter deixado o loteamento Nova Esperança para Maíra e suas coleguinhas? Confesso que estou com muita raiva de você. Por muito tempo expulsou os índios de suas terras. Também eles tiveram que encarar balas de borracha e bombas de efeito moral na luta para te botar para correr e garantir o direito de permanecer em seu território. Ainda está tomando conta das terras dos quilombolas. Com o avançar de tuas plantações, o povo está se amontoando nas periferias das grandes cidades. Quando vai parar de tomar conta de tudo? Não teria sido mais fácil erradicar você no lugar de arrancar a força aquelas famílias empobrecidas? Bastava só um pequeno pedaço das terras que você ocupa. Quando vai devolver a terra ao povo capixaba, somente quando a reduzirá a deserto? Eu sei que você é útil. De você arrancamos a matéria prima de onde produzimos o papel. Mas é melhor ficar sem papel do que ficar sem chão onde morar e de terra para cultivar os produtos para alegrar nossas mesas. Não acho que precise chegar a tanto. Basta que você desista de tomar conta de tudo. Se deixar mais espaço para as casas de Maíra e suas coleguinhas, a convivência vai ser bem melhor. Acredito que se isso acontecer, Maíra vai deixar você enfeitar o quintal de sua casa e naquela folha de caderno, no lugar de pintar o helicóptero da PM, vai desenhar você como seu melhor amigo.
Pe. Saverio Paolillo (Pe. Xavier)
Missionário Comboniano
Pastoral do Menor Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo
Rede AICA – Atendimento Integrado à Criança e ao Adolescente

domingo, 29 de maio de 2011

TSUNAMI EM FUNDÃO????

A ação foi de "devastação política" em Fundão-ES. O município, como vários do interior do ES, sofre de absoluta corrupção. A enorme maioria dos cargos da prefeitura são indicados. Poucos são efetivos. Dos poucos efetivos, a maioria são os de mais baixo salário.
Logo pela parte da manhã, a população viu o primeiro escalão da prefeitura ir parar numa cela comum!! A operação foi conhecida como TSUNAMI.

Secretários da Prefeitura de Fundão presos durante operação do Ministério Público Estadual e Polícia Civil realizada na manhã desta sexta-feira - Editoria: Política - Foto: Nestor Muller
foto: Nestor Muller

A operação cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e já botou na cadeia seis dos 13 secretários municipais, dois funcionários públicos, dois empresários e, ainda, dois vereadores da base do prefeito Marcos Moraes, o Marquinhos (PDT).
Todos estão em prisão temporária (por cinco dias).
Corre ainda uma ação de improbidade administrativa contra Marquinhos e o vice-prefeito, Ademir Loureiro (PSC), pedindo o afastamento deles dos respectivos cargos.

Os presos foram encaminhandos para um centro de detenção provisória em Aracruz, menos a controladora geral do município, que foi para o presidio feminino de Tucum.

Fundão tem cerca de 16 mil habitantes. Estimam-se que os desvios para os esquemas fraudulentos de dinheiros dos royalties recebidos chegam a R$ 900 mil por mês.

Um dos responsáveis pela denuncia que derrubou o esquema é o companheiro Josely Reis, do PSOL-ES.

Depoimentos dos companheiros que participaram da resistência na Barra do Riacho

 Socializamos os depoimentos de nossos companheiros que acompanharam a ação criminosa do Estado na Barra do Riacho.

Gustavo de Biase – Estudante de Serviço Social da UFES. Funcionário público. Militante do MTL e do PSOL-ES.

Quando Valdinei me ligou na segunda feira de manhã pedindo ajuda, pois a desocupação estava próxima, eu sabia que a semana ia ser muito corrida, só não imaginava o que estava por vir.

Chegamos em “Nova Esperança” terça a noite o clima no local era de muita tensão, pois de fato uma guerra estava para começar. Fizemos uma reunião de 2 horas com a coordenação para tentar colocar as idéias em ordem, depois realizamos uma assembléia com os moradores às 3hs onde discutimos o que poderíamos fazer. As 3h da manhã mais de 300 pessoas, aflitas e incertas do que aconteceria naquela manhã, se levantaram para debater o futuro daquela ocupação.
De manhã, quando a ação policial começou, começou a chover bombas de gás lacrimogêneo e tiros, crianças chorando e correndo sem saber para onde. Me senti um nada. Liguei desesperado pra Arthur e depois pro Lula (dos Direitos Humanos) dizendo que aconteceria uma tragédia ali se nada fosse feito para deter a Polícia Militar.

Neste momento sentia tristeza e indignação pelo que eu via a minha volta. Então, pensei em enviar mensagens da internet do celular para que as pessoas de Vitória pudessem saber o que acontecia ali em Barra do Riacho, mas fui detido por uns 15 policias do GAO, que me colocaram numa viatura quase esparcando e ficaram me xingando e fazendo pressão psicológica.

Meio dia chegou o presidente do Conselho de Direitos Humanos com sua equipe e eu pensei: "Agora a situação vai melhorar!" Mas enquando caminhávamos para conversar com o BME, fomos recebidos à balas e bombas novamente. Minha esperança de melhorias pra aquele momento acabou.

Nilson Aliprandi – Militante do MTL e do movimento comunitário de Carapina Grande.
Ao me dirigir para a barra do Riacho, fui ciente de que poderia esta acontecendo a retirada das famílias, confronto e tudo mais. Mas o que realmente estava acontecendo, já comecei a perceber no caminho quando recebi o telefonema do
Gustavo, me perguntando se eu já estava chegando pois ele tinha sido detido por policiais da GAO. Ali percebi que as coisas estavam ruins. Muitas viaturas de polícia paradas ao longo da estrada até a Barra do Riacho parando carros e pessoas que passavam por ali.
Cheguei e encontrei-me com ele, fora do local. Muitas pessoas feridas e cansadas, mas assim mesmo nos dirigimos contornando o bairro nova esperança.
Sinceramente companheiros, não sei descrever para vocês o que eu vi.
Mas ver na sua frente a quantidade de policiais, com todos os tipos de armas, escondendo as suas caras, sem dizer nenhuma palavra e ouvir somente o barulho do estampido das armas...
As pessoas já vinham e te cercavam, algumas tentando retirar qualquer coisa de sua casa, muitas nos perguntando “o que fazer?”
 
Eu e Gustavo tentamos procurar Tadeu, Jaime e Peruca em vão, ligávamos e nada, mal sabíamos que a quela altura já haviam sido detidos por policiais do GAO.

Pela Barra do Riacho muito movimento de policiais, que chegaram a me parar e revistaram o carro.



Erick “Peruca” – Militante do MTL

Sou peruca (Eric) e sou obreiro da missão Avalanche missões urbanas onde também dou aula de fé e política, sou membro da rede fale e militante do MTL.  Através deste relato venho descrever talvez as cenas mais tristes e horríveis que já presenciei em anos de militância. nem mesmo em outros países conhecidos pela repressão policias, como o Chile, presenciei tal coisa.

 Na madrugada de ontem(18 de maio) cheguei em Aracruz, onde havia uma ocupação urbana com 1600 pessoas e 510 crianças. A ocupação “nova esperança” existe a cerca de 1 ano e havia rumores que o batalhão de missões especiais BME chegaria às 4 da madruga e derrubaria todos as casas e prenderiam lideres, mas nada foi divulgado oficialmente. Aas empresas vizinhas a ocupação deram folga aos funcionários, os ônibus não rodaram, escolas fechadas, alguma realmente muito errada estava rolando,
Quando cheguei lá, a situação era de angústia, pois o povo temia o que podia acontecer, às 2 da manhã, um incêndio bem próximo a ocupação deixou o clima ainda mais tenso. A fumaça cobriu todo o lugar e o medo imperou. Pela manhã não ouve dialogo. A invasão da policia começou bem cedo, e foi a mais violenta possível.
Muita gente chorando, crianças feridas, idosos se arrastando pelo chão. Aleijados tomando tiros de borracha.
Logo apos chegou o GAO, uma espécie de BOPE daqui, armado com fuzis e sub metralhadoras. Me pegaram com mais 2 amigos e fomos duramente esculachados. Por sorte fomos liberados. A imprensa toda levou balas de borracha, em num momento, mesmo de joelhos e de mãos para cima, descarregaram bala de borracha em mim. Saí correndo e me escondi por alguns minutos atrás de uma das casas pois havia sido atingido também.
Essa operação é um indício do enrijecimento do sistema. Desde o início do ano viemos lidando com a truculência da PM e a exposição extravagante de seu aparato repressivo.
As casas foram derrubadas com as coisas dos moradores dentro. Uma senhora querendo pegar seu remédio foi impedida a tiros e bombas, posteriormente soube de sua morte. Muita gente dormiu na rua, em garagensde amigos e se virou como pode. Muitas famílias estão numa quadra sem assistência da prefeitura.


Felipe Jaime – Militante do MTL e do grupo Avalanche
Estive em Aracruz acompanhando o processo de desocupação do Bairro Nova Esperança. Durante a noite a polícia ficou fazendo ronda nos arredores do bairro e ameaçando pela viatura os militantes que faziam a segurança nas portarias de entrada do Bairro.
Os moradores ficaram apreensivos pois a polícia  ‘’BME ‘’ e ’’GAO’’ estava  fortemente armada. Contava também com a cavalaria, cachorros, vários ônibus de apoio e helicóptero.
Como forma de mostrar para a polícia que não reagiriam à ação, os moradores se ajoelharam, o que não comoveu a PM que seguiu para cima atirando e jogando bombas de dispersão.
A ação da polícia durou cerca de 4 horas, gastando incontáveis bombas e balas, muito superior à quantidade total de moradores. Os policiais do BME chutavam as portas das casas e entravam, mas não para retirar os pertences das pessoas antes que a máquina derrubasse as casas, mas para procurar pessoas escondidas dentro de suas casas.
Nós que compomos os blocos de resistência dentro do Bairro, recebíamos ataques fulminantes das armas dos policiais nos escudos que segurávamos feitos com tampas de caixas d´água. No final, quando saímos do Bairro para procurar o Gustavo, fomos detidos pela GAO, que nos colocou sobre uma viatura que estava a horas parada no sol, e por ali nos deixou cerca de 30 minutos, enquanto esvaziavam nossas bolsas, nos revistavam e nos xingavam de vagabundos e coisas impublicáveis.

Tadeu Guerzet – Coordenação Estadual do MTL
Acompanhamos a área de resistência popular “Nova Esperança” desde Setembro. Vimos o bairro crescer, e estávamos quando caiu.
Antes que a polícia chegasse eu estava meio inquieto. Conversava com as pessoas reclamando de tudo: “Ta faltando gente aqui, ta faltando material de defesa aqui, ta faltando tempo para organização, ta faltando...” E a resposta que todo mundo me dava era: “Calma que Deus garantiu essa terra aqui para a gente”. Uma fé inabalável mesmo diante de uma desproporção como aquela.
Achei as imagens dos jornais fortes, mas não chegaram perto de expressar o que estava acontecendo lá. Uma força policial absurda, moradores que explodiam de desespero.
Para nós, parece que a ação demorou 10 minutos. Tudo muito rápido. Na maior parte das vezes as perguntas que nos faziam era a respeito de suas escassas coisas adquiridas com trabalho duro. Todas as casas foram construídas pelas próprias mãos de seus moradores. Sem dinheiro público (nem dinheiro legal e nem o ilegal).
Acho que a sociedade precisa dar uma resposta dura ao governador do ES e ao prefeito corrupto Ademar Devens. Uma resposta que signifique um basta nas ações de despejo forçado e um basta a agressão policial sobre famílias desarmadas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Declaração de Repúdio do PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados - sobre a ação criminosa de Casagrande e Ademar Devens

NOTA PÚBLICA DO PSTU-ES SOBRE O ATAQUE ÀS FAMÍLIAS DA COMUNIDADE NOVA ESPERANÇA EM ARACRUZ

No dia 18 de maio, as tropas do Batalhão de Choque da PM-ES invadiram a comunidade de Nova Esperança, em Aracruz, numa operação de guerra. Fortemente armados, avançaram contra uma população de 1600 trabalhadores desarmados, de crianças e idosos. Atiraram bombas de gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha e, avançando com seus tratores, expulsaram a comunidade, não permitindo nem que estes retirassem seus pertences de suas casas antes que os tratores passassem por cima delas. Uma moradora, dona Santa da Silva Peçanha, cozinheira, com problemas de pressão alta, foi impedida pela polícia de pegar seus remédios, acabou sofrendo um AVC e vindo ao óbito, como resultado da ação truculenta da polícia.
Antes de qualquer coisa, nós do PSTU nos solidarizamos completamente com o sofrimento destes moradores, em especial com os familiares e amigos de dona Santa Peçanha. Depois disso, queremos deixar expresso o nosso mais forte repúdio ao absurdo, à monstruosidade que significou esta ação criminosa da PM, comandada pelo governador Casagrande, a pedido do prefeito Ademar Devens.
Estas pessoas que lá estavam só buscavam um lugar para morar dignamente. A situação delas não é um caso isolado: no Brasil existe um déficit habitacional de 7,9 milhões de casas. Os governos Lula e Dilma apresentam o programa "Minha casa, Minha vida" como uma solução para este problema, mas isto é apenas mais uma mentira.  O "Minha casa, Minha vida" não é um programa social, e sim uma iniciativa econômica, destinada a resolver o problema das construtoras. Do 1 milhão de moradias prometidas pelo programa, apenas 400 mil são para famílias com renda inferior a 3 salários mínimos. No entanto, 88% do déficit habitacional atinge as famílias que ganham até três salários.
Neste caso de Aracruz, ficaram explícitos de uma maneia gritante os reais objetivos do projeto: famílias carentes tiveram suas casas destruídas para construir moradias para o "Minha Casa, Minha Vida". Ora, se o objetivo fosse dar moradia para a população carente, nada mais óbvio do regularizar a situação das famílias que já estavam ali. Para resolver o problema do déficit habitacional brasileiro é necessário, ao invés de expulsar trabalhadores e destruir casas, regularizar  os assentamentos urbanos, como a comunidade Nova Esperança, através da criação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZIES), previstas inclusive no Estatuto das Cidades. É necessário também combater a especulação imobiliária e implementar um plano de obras públicas, para a construção das 7,9 milhões de moradias populares necessárias, sobretudo para as famílias com renda de até três salários mínimos, que devem ter subsídio integral de suas casas.
O que é mais ridículo e cruel neste caso de Aracruz: culpa-se os moradores de Nova Esperança pela sua situação de desabrigados, como se estivessem naquele lugar por opção, como se tivessem outro lugar para viver e morar. Mais uma vez, criminalizam os movimentos dos trabalhadores, dizendo que os moradores estavam atrapalhando o "programa social" de Dilma/Casagrande /Devens para a habitação. É muito escárnio com o sofrimento dos outros!
Esta tragédia levanta, mais uma vez, a questão do papel da PM e, em particular, das tropas de choque. Para que existem tropas de choque senão para reprimir os movimentos populares, estudantis e dos trabalhadores? É necessário extinguir imediatamente as tropas de choque e desmilitarizar a PM, unificando as polícias em nova estrutura, civil, com estrutura interna democrática eleição dos superiores e direito à sindicalização e greve. É necessário que a população pobre e das periferias tenha controle sobre a polícia que atua em sua comunidade, ao invés de ser refém dela.
O que aconteceu na comunidade Nova Esperança deixa muito claro que, sem muita luta e resistência de nossa classe não conseguiremos resolver o problema da falta de moradia para o povo pobre de nosso país porque o que os governos federal, estaduais e municipais querem é transferir dinheiro público para as grandes construtoras, que financiam suas campanhas. A mensagem que querem nos passar é muito clara: quem ousar atrapalhar este grande negócio vai ser tratado como criminoso, terá sua casa destruída e poderá até morrer!
A mensagem que nós temos que passar de volta é: não deixaremos nos abaterem com mais este ataque criminoso. Temos certeza de que sem ocupações, não será resolvido o problema habitacional urbano e, então, é necessário promover a mais ampla solidariedade de classe às outras ocupações que estão ocorrendo em nosso estado, como a da comunidade da Portelinha em Aracruz mesmo, para impedir que o que aconteceu em Nova Esperança aconteça novamente.
Temos que exigir, em uma ampla campanha, que sejam construídas novas moradias para os desabrigados de Nova Esperança. Quem destruiu suas casas tem que indenizá-los. Quem criou o problema tem que resolvê-lo! Não à política de deportação dos desabrigados que não são originários de Aracruz! Está havendo uma campanha odiosa contra os moradores que vieram de outros municípios, algo tipo "Aracruz para os Aracruzenses". Exigimos da prefeitura que sejam alugados imediatamente imóveis, ou quartos de hotel, para alocação das famílias desabrigadas. Se a prefeitura mandou destruir as casas, tem que arcar com os custos da habitação dos desabrigados, ao invés de jogá-los no chão de um estádio ou expulsar-los do município!
Do ponto de vista dos movimentos sociais, é necessário fazermos uma grande arrecadação de mantimentos, roupas, agasalhos, colchonetes, para os desabrigados de Nova Esperança. É necessário levarmos médicos, assistentes sociais, psicólogos, professores, artistas, e todo e qualquer profissional, toda pessoa com vontade de ajudar, que possa socorrê-los em suas múltiplas necessidades.
Mas não é possível deixar isto acontecer sem que os culpados paguem por seus crimes. Se a expulsão dos moradores de suas casas já é um absurdo, a forma como foi feita é um absurdo muito maior. Não podemos ter nenhuma ilusão em uma investigação sobre os "possíveis excessos" da polícia, como prometeu o vice-governador Givaldo Vieira (PT). Qualquer apuração feita pela PM e pelo governo estadual vai servir apenas para legitimar o abuso e abafar o caso. É necessária uma investigação aberta, com a participação de organizações como a OAB, sindicatos de trabalhadores e entidades de Direitos Humanos.
É necessário dizer que a culpa pela destruição das casas dos trabalhadores é do prefeito Ademar Devens, que estava afastado por denúncias de corrupção e que nunca deveria ter voltado ao cargo. A mesma justiça que permitiu a volta de Devens expulsou os trabalhadores de Nova Esperança, deixando claro a quem serve, aos interesses de que classe atende. É necessário imediatamente organizar um movimento pelo "Fora Devens". Nem mais um dia de mandato para este facínora!
É necessário também dizer que o governador Renato Casagrande, que é o comandante supremo da PM, também é culpado por esta violência! Não é para surpreender ninguém: um governador que teve a Fibria entre os financiadores de sua campanha só poderia ficar contra os trabalhadores de Aracruz (e de qualquer lugar do ES).
O PSTU do ES é um partido pequeno, com poucos recursos materiais e humanos, mas estamos aqui nos comprometendo a usar toda as nossas forças para, lado a lado com os outros grupos e organizações combativas dos trabalhadores e da juventude, cumprir estas tarefas fundamentais, apoiando os desabrigados da comunidade Nova Esperança e combatendo sem trégua os governos Devens e Casagrande.
Os trabalhadores só podem confiar em suas próprias forças, mas sua força é a maior coisa do mundo!
São Mateus, 24 de maio de 2011
Direção Regional - ES do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado -

domingo, 22 de maio de 2011

Todas as NOTAS púbicas de repúdio à ação de despejo do Governo na Barra do Riacho!!!

NOTA DO PSOL-ES

O Partido Socialismo e Liberdade no Espírito Santo (PSOL-ES) vem expressar sua irrestrita solidariedade às/aos militantes e a todas/os que sofreram com as violações aos Direitos Humanos ocorridas em Barra do Riacho, no município de Aracruz.
 
Foram atingidos pela truculência policial tanto militantes da ocupação, que apenas lutavam pelo seu direito constitucional à moradia e não ofereceram resistência à ação policial, quanto militantes defensores de Direitos Humanos que se dirigiram ao local tão-somente para tentar intermediar uma saída negociada para o conflito.
 
Diante de tanto desrespeito, o PSOL-ES só pode reafirmar sua firme oposição ao Governo Renato Casagrande (PSB), e ao prefeito de Aracruz Ademar Devens (PMDB), que trata os movimentos sociais como caso de polícia. Nos colocamos à disposição d@s lutador@s do povo que estão sofrendo com a criminalização da luta por direitos no Espírito Santo.
 
Lutar não é crime!
 
Solidariedade total com a luta do povo, sempre!
 
PSOL-ES



NOTA DO MOVIMENTO TERRA, TRABALHO E LIBERDADE - MTL

O MTL repudia a ação terrorista do Estado em conluio com os interesses do grande capital no município de Aracruz. Repudiamos a violência policial criminosa cometida contra as pessoas pobres na Barra do Riacho. Repudiamos a falta de compromisso dos governos em relação ao problema da falta de moradia para grande parcelada população capixaba.
O MTL responsabiliza o governador Renato Casagrande pelos ferimentos, mortes e pelo estado precário em que, no momento, aquelas famílias se encontram. O MTL responsabiliza também o secretário de segurança Henrique Herkenhoff pela ação criminosa e desumana da polícia do ES como forma de resolução de um problema habitacional. Por fim, responsabilizamos o prefeito de Aracruz, Ademar Devens que, depois de protagonizar uma série de escandalos de corrupção, agora é protagonista de um dos maiores crimes contra o povo de Aracruz em uma das ações mais truculentas da PM no ES.
Esperamos da justiça alguma resposta aos verdadeiros responsáveis pelo atentado terrorista que desabrigou 1.600 pessoas em um só dia no bairro "Nova Esperança", município de Aracruz, região da Barra do Riacho. 

MTL-ES


NOTA DO CALPSI-UFES “MARIA CLARA DA SILVA”
O Centro Acadêmico Livre de Psicologia “Maria Clara da Silva” do curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, por meio desta nota, expressa a solidariedade as pessoa cujos direitos constitucionais e humanos foram violados no ato da desocupação de um terreno no bairro Nova Esperança, na localidade de Barra do Riacho no município de Aracruz. O CALPSI-UFES manifesta, também, repúdio à ação policial violenta efetivada contra as pessoas que ali habitavam, entre elas, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos;
Segundo diversas fontes seguras de informação, os policiais feriram as pessoas fisicamente com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral, e utilizaram a cavalaria, cães e um helicóptero a fim de coagir pessoas de várias idades que estavam desarmadas, em busca do diálogo com os policiais e tentando defender pacificamente suas habitações. Com violência intensa e violando direitos constitucionais e humanos, os policiais conseguiram afastar as pessoas de suas casas e destruir as residências construídas no terreno da Prefeitura de Aracruz.         
            Não só os habitantes do terreno, porém, militantes que lutam pelo direito à moradia e militantes dos direitos humanos foram desrespeitados no seu direito à manifestação pacífica e foram impedidos de dialogar. Alguns tiveram ferimentos físicos e sofreram assédio moral por parte de policiais.
            Cabe aqui ressaltar a hipocrisia e incoerência da instituição Polícia Militar do Espírito Santo que lista em seu site Ética, Interesse Público e Priorização dos Direitos Humanos como valores institucionais e que, no episódio do dia 18 de Maio de 2011, lutou contra pessoas desarmadas e organizadas pacificamente e que desconsiderou direitos constitucionais e humanos a custo de guerrear contra o povo pobre e desarmado do Espírito Santo. Segue link do site da PM-ES: http://www.pm.es.gov.br/institucional/missaevalores.aspx.
Declaramos firme desacordo com os sujeitos Renato Casagrande e Ademar Devens, respectivamente, Governador do Espírito Santo e prefeito de Aracruz. Estes sujeitos desconsideraram a necessidade das pessoas no seu direito à habitação e deliberaram que a Polícia Militar do Espírito Santo travasse uma batalha sangrenta com a população do bairro Nova Esperança para a desocupação de um terreno público. O fato ocorrido em Barra do Riacho produziu intensa indignação contra esses sujeitos eleitos pelo povo capixaba.




NOTA DO FÓRUM DE MULHERES DO ES


Repúdio à barbárie da Polícia Militar do Espírito Santo em Barra do Riacho, Aracruz
                                           
O Fórum de Mulheres do Espírito Santo vem a público repudiar a ação bárbara e truculenta da Polícia Militar do Espírito Santo na ação de desocupação de terra realizada na quarta-feira, 18 de maio, no bairro batizado de Nova Esperança, em Barra do Riacho, município de Aracruz.
A ação violenta contou com um verdadeiro aparato de guerra através do Batalhão de Missões Especiais (BME), do Grupo de Apoio Operacional (GAO) e de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), 400 policiais militares, atiradores de elite, helicóptero, cavalaria, bombas de gás, tiros de borracha, gritos de guerra, tratores, ofensas, humilhações e ameaças. Toda essa brutalidade foi utilizada contra a população desarmada, crianças, mulheres, idosos, deficientes, revelando a extrema covardia, indiferença e incapacidade política do Governo Estadual, Municipal e do comando da Polícia Militar do Espírito Santo.

Moradores foram feridos e nenhum socorro foi prestado. A população desalojada ainda hoje se encontra desamparada na quadra de esportes do bairro sem condições dignas de sobrevivência e sem um mínimo de assistência por parte das autoridades responsáveis. Além de toda a barbárie, o violento cerco causou a morte de Santa da Silva Peçanha, de 48 anos, confirmada pelo Hospital São Camilo, em Aracruz, após sofrer um acidente cerebral vascular (AVC), na noite de 19 de maio, quinta-feira.

Convém destacar que, o Espírito Santo habitualmente utiliza a Polícia Militar para reprimir os movimentos sociais, estudantes e trabalhadores. Além disso, nos últimos anos, o município de Aracruz tem sido palco de ações dos órgãos de repressão contra as diferentes formas de organização do nosso povo. Há anos os povos indígenas e quilombolas sofrem com a violência da Polícia Militar do ES, da Polícia Federal e da Segurança privada da Fibria/Aracruz Celulose. Todas as ações foram e continuam sendo realizadas no sentido de defender o patrimônio privado da FIBRIA/Aracruz Celulose e contam com a anuência do poder público.
Com toda essa barbárie empregada por aqueles que deveriam garantir direitos e segurança, reafirmamos que a morte de Santa da Silva Peçanha, bem como os inúmeros moradores feridos, poderiam ter sido evitados se o poder público, local e estadual, tivessem optado pelo caminho do diálogo e não do confronto. O poder público não cumpriu o seu papel no sentido de dar suporte à comunidade para assegurar uma retirada pacífica da população. O Conselho Estadual de Direitos Humanos não foi sequer comunicado da ação, tampouco outras entidades sociais e organizações assistenciais, que poderiam tornar a ação menos traumática para a comunidade. Ao contrário, o poder público mobilizou todo um aparato policial de proporções sem precedentes no município e mais um episódio trágico e violento deixa explícita a opção da Prefeitura de Aracruz e do Governo Estadual de Renato Casagrande em declarar guerra ao povo, e paz aos interesses privados tanto do Estado como das grandes empresas da região.

O Fórum Estadual de Mulheres do Espírito Santo exige a apuração e responsabilização imediata dos culpados e reafirma o seu compromisso de lutar por uma sociedade justa e igualitária, onde as violências, as desigualdades e as opressões não prevaleçam sobre os direitos humanos. 

Lutar por direitos não é crime! Resistir é necessário! E para quem acha que a luta terminou se (Re) Nova a Esperança!
Fórum de Mulheres do Espírito Santo, 24 de maio de 2011.




NOTA DO SINTUFES
Nota de repúdio à ação do BME em Barra do Riacho
O Sindicato dos Trabalhadores na Ufes (Sintufes) repudia veementemente a violência do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME) - e de todas as demais autoridades envolvidas no caso - na ação de desapropriação de terra, realizada na quarta-feira, 18 de maio, em Barra do Riacho, Aracruz.
A ação contra cerca de 300 famílias, aproximadamente 1.500 pessoas, dentre elas pelo menos 400 crianças, contou com atiradores de elite, helicóptero, cavalaria, bombas de gás, tiros de borracha, gritos de guerra, tratores, ofensas, humilhações, ameaças. Foram 400 homens da PM do ES em nome de uma reintegração de posse da prefeitura de Aracruz.
Nenhuma razão pode ser usada como defesa para essa ação de guerra contra cidadãos que lutavam por terra e moradia.
Ações como essa expõe uma grande contradição. Elas apenas são utilizadas contra a população mais pobre, enquanto os ricos e poderosos deste país cometem crimes e usufruem de regalias e privilégios. E na maioria das vezes não “prestam contas” à Justiça.
O Sintufes cobra das autoridades uma rigorosa apuração dos fatos ocorridos em Barra do Riacho e que os culpados sejam punidos, para que casos como esse jamais se repitam. 
Diretoria do Sintufes
Vitória, 23 de maio de 2011




NOTA DE REPÚDIO DO SINDICADO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE GUAÇUÍ

O SindServ repudia a ação da polícia militar do ES utilizando-se de extrema violência contra cidadãos capixabas em uma ação de despejo, desabrigando cerca de 300 famílias no município de Aracruz.
É lamentável que a falta de condições básicas de sobrevivência, como a moradia, sejam ainda tratadas como crime pelo governo do Espírito Santo e pela prefeitura de Aracruz.
Prestamos solidariedade às famílias desabrigadas e faremos o que estiver ao nosso alcance para fazer com que a justiça popular prevaleça nessa situação.

SindServ


NOTA DO SINDPREV

Sindprev-ES repudia ação da polícia em Barra do Riacho
Inaceitável e terrorista. Essas são as palavras encontradas pela diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Espírito Santo (Sindprev-ES) para classificar a ação do Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME) realizada no dia 18 de maio, em Aracruz, a mando da prefeitura do município e do Governo do Estado. 

Causa-nos espanto toda a violência empregada pela polícia contra as pessoas/cidadãos, em Barra do Riacho. Violência brutal contra homens, mulheres e crianças que lutavam por terra e moradia. Direitos que, segundo a Constituição Federal, são responsabilidades do Estado.

Violência que além de todos os imensuráveis estragos emocionais, físicos, psicológicos, causou ainda a morte de uma pessoa.

E que foi além, já que os moradores que tiveram suas casas derrubadas por tratores não receberam nenhuma assistência do poder público.

A diretoria do Sindprev cobra das autoridades uma resposta emblemática e firme para esse episódio de violência e crueldade cometida pelo Estado e que, sem dúvida, atinge toda a sociedade.

Diretoria do Sindprev-ES
Vitória, 24 de maio de 2011




NOTA DO SINDICATO DE PSICÓLOGOS DO ES
NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Psicólogos do Estado do Espírito Santo (Sindpsi-ES) vem a público expressar sua indignação com a violenta e covarde ação do BME da PM contra 1.600 cidadãos indefesos do bairro Nova Esperança, município de Aracruz-ES.

Repudiamos esta ação orquestrada pelas autoridades políticas e judiciária do município de Aracruz, com a anuência do governo do estado.

Entre as vítimas da violenta repressão encontram-se mulheres, gestantes, idosos e deficientes físicos, além de 400 crianças  que tiveram seus sonhos e direitos destruídos por balas de borracha, bombas, agressões físicas, morais e psicológicas.

Não é esta a resposta que esperamos para a construção de uma cultura de paz, justiça e solidariedade, principalmente quando o ES ocupa lugar de destaque no ranking nacional da violência. 

Lamentamos, também, a miopia do poder judiciário que, zelando pela propriedade privada, também deveria zelar pelo direito a moradia, pelo direito da criança e do adolescente, da gestante, do idoso, do deficiente, etc. Ambos encontram-se em condições degradantes neste momento, desamparados nos direitos que vossas excelências deveriam proteger.

Nos solidarizamos com todos/as moradores que sofreram as violações dos direitos humanos, com os defensores de direitos humanos e profissionais agredidos que estavam na atribuição de suas funções e, principalmente, com a família da D. Zita. Não aceitamos justificativas para a morte.

Diante de tanto desrespeito, nos unimos ao coro popular exigindo a apuração e punição imediata dos responsáveis, a reparação imediata das vítimas e o respeito aos seus direitos constitucionais.

Diretoria do Sindpsi-ES

Vitória, 21 de maio de 2011




NOTA DA REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE

NOTA DE REPÚDIO E INDIGNAÇÃO CONTRA O ATAQUE AOS HUMANOS E A SEUS DIREITOS EM BARRA DO RIACHO (Aracruz/ES)!!!



Repudiamos com imensurável indignação a ação extremamente violenta da Tropa de Choque da Polícia Militar no dia 18/05/2011 em Barra do Riacho, município de Aracruz, contra famílias moradoras em Barra do Riacho no seu pleno exercício de direito de luta pelo direito à moradia.

Todos os aparatos utilizados (tiros de bala de borracha, bombas de gás, bombas de efeito moral, destruição de casas) atingindo uma população desarmada, crianças, mulheres e idosos, revelam a extrema covardia, frieza e incapacidade política dos que ordenam a ação, os governos estadual e municipal, e daqueles que praticam a ação, cerca de 400 policiais do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar.

As famílias sem-teto ocupavam uma área da Prefeitura de Aracruz no distrito Barra do Riacho, Norte do Espírito Santo, onde construíram suas precárias casas. Estes moradores (cerca de 1,6 mil) denunciam que não receberam nenhuma ação de despejo e nunca foram procurados pela administração municipal para negociar. Diversos feridos, inclusive crianças, todas as casas demolidas é o saldo deste covarde ataque do BME da Polícia Militar movido pela Prefeitura de Aracruz e autorizado pelo governo estadual.

Que as pessoas com o mínimo de senso de justiça se juntem aos movimentos de luta por direitos e juntos, não permitamos mais tamanha truculência e covardia política.


Rede Alerta Contra o Deserto Verde
Espírito Santo, 19 de maio de 2011



Nota Pública da ABRAPO em relação à violência estatal em Barra do Riacho, Município de Aracruz, Espírito Santo

A Associação Brasileira dos Advogados do Povo – ABRAPO -, filiada à Associação Internacional dos Advogados do Povo – IAPL -, diante dos fatos estarrecedores ocorridos no Município de Aracruz, Espírito Santo, localidade de Barra do Riacho, no dia 18 de maio de 2011, no qual 500 famílias, 1600 pessoas, moradoras do Bairro Nova Esperança, foram violentamente deslocadas de suas residências, também destruídas, vem fazer o mais veemente protesto, exigindo providências imediatas das autoridades estatais brasileiras, no sentido de punir os responsáveis e garantir o direito à liberdade, à integridade física, e à moradias desses cidadãos.

No presente caso, a área, prometida nas eleições para a construção de moradias, como parte do enganoso projeto Minha Casa Minha (Di)Vida, é do interesse de um conjunto de empresas da região, portuária, onde imperam os interesses da Aracruz Celulose, Petrobrás, Estaleiro Jurong, Nutripetro, Nutrigás e outras empresas tratadas a pão e mel pelas gerências federal, estadual e municipal.

A população de Barra do Riacho, formada por indígenas e pescadores, cercados pelas grandes empresas que tomaram suas terras, e não vendo as promessas sendo cumpridas, resolveram, no curso do ano de 2010, ocupar a pequena área, construindo casas de alvenaria, e enfrentando feroz oposição dos políticos, um consórcio dos partidos ditos dos trabalhadores e socialista, comprometidos com os interesses das grandes empresas.

A senha para a desocupação violeta foi dada com manifestações do deputado ... do PT, que numa manifestação publicada no Jornal A Tribuna do mês de abril de 2011, reclamava da “desordem” no Município de Aracruz, com várias ocupações de áreas urbanas, exigindo pronta atuação do Estado.

Montada uma operação de guerra, a comunidade foi cercada por mais de 1000 policiais militares, entre os quais 400 soldados da tropa de choque, fortemente armados, e apoiados por cães, cavalos, helicópteros e tratores. Lideranças foram perseguidas, apoiadores dos movimentos sociais e jornalistas foram agredidos e impedidos de acompanhar a operação.

A resistência heróica não conseguiu fazer frente às bombas de gás, tiros de borracha e todo tipo de violência por parte das famigeradas forças policiais, que feriram dezenas de pessoas, inclusive idosos e crianças, que foram mortos ou se encontram em estado grave, sob vigilância policial, que montou barreiras no Município e impede o levantamento de informações.

As casas, construídas com todo o esforço pelas famílias, foram destruídas pelos tratores das empresas interessadas na área. Os móveis e utensílios domésticos, roupas e documentos foram destruídos ou apropriados indevidamente pelos invasores do Estado. As famílias expulsas se encontram ao relento, sem roupas ou alimentos, inclusive para as crianças.

Esse ato de violência do Estado brasileiro vem demonstrar a que ponto chegou a gerência colonial, a política de exploração criminalização da pobreza, da repressão ao povo pobre, a mesma que impera no campo em prol do latifúndio, nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, e nas regiões de interesse dos grandes projetos de espoliação, como as obras do PAC em Rondônia, Mato Grosso, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro, uma forma da gerência colonial continuar a despejar rios de dinheiro para o grande capital burocrático.

A ABRAPO levará essa denúncia aos foros de direitos humanos, nacionais e internacionais, e exige do Estado brasileiro, por intermédio da Secretaria Especial de Direitos Humanos da presidência da República, do Ministério Público e do Poder Judiciário, inclusive nas esferas do Estado do Espírito Santo, a rápida investigação sobre todos os fatos, desde a grilagem de terras públicas, passando pelos atos de violência contra trabalhadores indefesos, com a punição das autoridades envolvidas e a garantia da liberdade, da integridade física e do direito à moradia de todos os prejudicados, inclusive com a indenização pelos danos causados pelo Estado, inclusive de ordem moral.

Diretoria da Associação Brasileira dos Advogados do Povo






NOTA PÚBICA DE REPÚDIO DO DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES (DCE) DA UFES

Nota Pública 

O Diretório Central dos/as Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (DCE-UFES), entidade que representa os/as estudantes desta universidade, repudia com veemência a ação terrorista do estado capixaba contra a ocupação urbana localizada em Barra do Riacho (Aracruz-ES), através da Polícia Militar, sob comando superior e responsabilidade do governador Renato Casagrande.
Esse episódio lembra os períodos mais obscuros da história do Brasil. As crianças, os/as idosos/as, as grávidas, os/as trabalhadores/as, os/as portadores/as de deficiência física, todos/as pobres e quase todos/as negros/as, foram reprimidos violentamente por parte da força policial. Ao lado dos que lutavam para conquistar seu direito constitucional pela moradia, estavam defensores dos direitos humanos, estudantes da UFES e militantes de movimentos sociais, todos/as recebidos com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, violência física e simbólica. Prestamos nossa solidariedade irrestrita às vítimas desta ação do estado capixaba, especialmente a família da cozinheira Santa Peçanha, que morreu por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois de ver sua casa ser destruída com todos os seus pertences dentro.
Neste momento 1600 famílias não têm para onde ir e estão alojadas precariamente numa quadra de esportes, sob ameaça constante da Prefeitura da Aracruz (comandada por Ademar Devens) de serem jogados na rua, pois não têm aonde ir.
Essas centenas de pessoas tinham casa, água, comida e vestuário. E, por causa da ação criminosa do Governador Renato Casagrande, agora são centenas de famélicos, desabrigados e descamisados. O DCE-UFES EXIGE que o Governador faça um pronunciamento público sobre esse episódio e garanta moradia e todos os meios de subsistência das vítimas.
Governador Casagrande, movimento social não é caso de polícia!
Lutar por direitos não é crime!

Diretório Central dos Estudantes
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NOTA DE REPÚDIO DO CENTRO ACADÊMICO LIVRE DE SERVIÇO SOCIAL DA UFES - CALSS
Nota de REPÚDIO.
Nós estudantes de Serviço Social da UFES viemos por meio de nossa entidade representativa, o Centro Acadêmico Livre de Serviço Social (CALSS), asseverar o nosso repúdio a barbaridade cometida pelo estado do Espírito Santo contra o povo espírito-santense. A barbárie que se instala na sociedade através do processo de perseguição e criminalização da pobreza e de sua expressão humana, os pobres, que recorrentemente testemunham a violação de seus DIREITOS por organismos e mecanismos como o governo que deveria no mínimo intervir a favor da manutenção destes direitos. Desta vez a ação em questão foi disparada contra a população que ocupava área localizada em Barra do Riacho (Aracruz-ES), onde o Batalhão de Missões Especiais, invadiu o espaço exibindo o poder de bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, balas de borracha além de violência física e alegórica.
Solidarizamo-nos com as trabalhadoras, os trabalhadores e as crianças e adolescentes que durante a ação foram feridos física, emocional e ideologicamente e especialmente com a família da trabalhadora Santa Peçanha, ferida pela vergonha e pelo desespero de ser ameaçada e ter que ver sua casa ser destroçada com todos os seus pertences dentro, inclusive o seu remédio de pressão, o que ocasionou um acidente vascular cerebral do qual veio a falecer.
O Espírito Santo, este feudo com suas muralhas que barram somente o acesso da classe trabalhadora aos direitos constituídos, quer aumentar ainda mais este muro e cavar verdadeiros fossos ao seu redor, com ameaças de óleo quente e flechas a quem se opuser a sua lógica, de defesa da propriedade a custo de vidas humanas.
Assusta-nos aonde chega o arbítrio deste governo dito democrático. O caso em questão desenrola-se dando-nos mais um exemplo da burocracia estatal e seus métodos pedagógicos. Ações criminosas dessa natureza, que são acobertadas pela burocracia, que prima pela abertura de inacabáveis sindicâncias, não podem cair na normalidade, não são admissíveis, muito menos naturais, nos perguntamos por que os mandarins do FEUDO articulam-se tão rapidamente quando se trata de punir trabalhadores que usam uma propriedade até então inútil para se abrigar, mas anda tão lentamente quando os temas em questão são as reivindicações legitimas dos movimentos de luta da classe trabalhadora. Quando se trata de apurar casos como o crime em questão, e ao menos garantir comida e água para essas famílias que removidas de suas casas abrigam-se precariamente em uma quadra, lentidão e complacência; quando se trata de PUNIR trabalhadores, pressa e agressividade? 
Não regrediremos na história, ao contrário, avançaremos pela real democratização da sociedade, portanto não nos conformaremos com o desrespeito aos direitos previstos na Constituição Federal. Não permitiremos a permanência dessas praticas antidemocráticas, elitistas e opressoras. O CALSS se coloca indiscriminadamente ao lado e em luta pelo direito a dignidade e depreca que o governo dê as caras e assuma a sua responsabilidade frente a essa situação.
Pela liberdade de manifestação no estado do Espírito Santo!
Pela responsabilização do Estado frente às demandas da Classe Trabalhadora!


NOTA do Partido Socialismo E Liberdade - PSOL -  de ARACRUZ

O DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - PSOL vem a público repudiar os atos de violência que foram praticados pela tropa  da Polícia Militar contra os moradores do Assentamento Nova Esperança, que cumprindo ordem judicial de reintegração de posse  a requerimento do prefeito Ademar Devens, cometeu excesso na atuação, aterrorizando os moradores que não oferecerem resistência compatível com a força militar empregada,  desferindo  tiros de borracha nos moradores, lançando bombas de efeito moral e usando de truculência desproporcional e desnecessária  contra uma comunidade indefesa e na qual estavam presentes inúmeras crianças, adolescentes idosos, mulheres e até deficientes físicos, ocasionando  ferimentos em diversas pessoas.
O PSOL ARACRUZ repudia com mais veemência a falta de diálogo entre o poder público municipal e a comunidade, pois o prefeito Ademar Devens não ofereceu aos moradores nenhuma alternativa além do aparato militar sem precedentes  no município e o total abandono após a desocupação, eis que a prefeitura  não forneceu aos desabrigados alojamento provisório, colchões, cobertores, alimentação e sequer água filtrada, obrigando as famílias a se alojarem com seus filhos numa quadra de esportes sem as mínimas condições de dignidade e cidadania.
O PSOL ARACRUZ repudia também a conivência do governador Renato Casagrande, que disponibilizou ao prefeito Ademar Devens um aparato militar de guerra para combater pessoas pobres e indefesas, bem como a posição passiva do deputado estadual Marcelo Coelho, que apesar de ser nascido e criado no distrito de Barra do Riacho e de ocupar a privilegiada posição de líder do governo na Assembléia Legislativa, não buscou junto ao governo do estado medidas diferentes das que foram tomadas.
O saldo da grandiosidade da operação militar para desocupar a comunidade de Barra do Riacho é compatível com a incompetência de uma gestão municipal  que só tem interesse em fomentar o desenvolvimento econômico,doando terras públicas para grandes investidores, relegando ao descaso as políticas de desenvolvimento social, pois apesar da mídia corporativa e do prefeito Ademar anunciarem que o município de Aracruz oferece quinze mil vagas de emprego, omitem, de propósito, que não existe planejamento estratégico  e políticas públicas nas áreas de saúde, educação, segurança e habitação e que esse falso  marketing contribui de modo decisivo para que trabalhadores de todo o país venham para Aracruz com suas famílias, atraídos pelas promessas de desenvolvimento, para, posteriormente, serem “deportados” pelo município para seus locais de origem.
O PSOL ARACRUZ espera que outras comunidades sejam preservadas de igual violência física e moral, pois o resultado desse aparato só serviu para provar  que é assim que funciona o governo “social”  de Renato Casagrande e a administração municipal que Ademar Devens  prometeu colocar “no caminho do bem”. 



DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL EM ARACRUZ
Gilberto Coelho
Max Cao Luiz
Gilcineia Soares
Wilson Quintão
Henrique Nossa
“Um novo partido, contra uma velha política”




NOTA PÚBLICA DA AGB - VITÓRIA/ Associação dos Geógrafos do Brasil


NOTA DE REPÚDIO em relação à violação do direito à moradia e remoção de famílias por parte do Estado em Barra do Riacho, município de Aracruz – ES

A AGB- Associação de Geógrafos Brasileiros – seção Vitória vem por meio desta nota, repudiar a ação do Estado que se comportou de maneira ditatorial (fascista) ao expulsar de forma violenta  cerca de 1.500 pessoas em Nova Esperança, Aracruz - ES.

Cerca de 500 famílias ocupavam área pública da prefeitura do município desde meados de 2010. Sem nenhum diálogo, a polícia militar e o BME (Batalhão de Missões Espaciais) chegaram ao local com armamento pesado, cães, cavalos, helicópteros e tratores, atirando bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha em direção as crianças, mulheres e idosos, gerando desabrigados, feridos, pessoas em estado grave e até mesmo a morte de uma mulher, levando também as famílias a perder suas residências e pertences pessoais.

 A ausência de uma política habitacional faz com que muitas famílias procurem alternativas de moradia em locais considerados “ilegais” pelo poder público. Pelo Brasil, devido aos grandes eventos previstos, como a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016), intensificam-se cada vez mais, os desalojamentos de milhares de famílias em várias comunidades nos estados sedes. Mesmo o Espírito Santo não sediando estes eventos, as desocupações de famílias têm sido realizadas de forma intensa e truculenta. Na semana passada, ocorreu a expulsão de dezenas de famílias no bairro Santo André em Vitória que ocupavam um prédio abandonado. No final do ano passado, dezenas de famílias foram despejadas na Serra (ES) de um conjunto habitacional abandonado por décadas. Portanto, vemos um processo de exclusão e repressão através do aparato policial e das políticas públicas dos governos municipais e estaduais que silenciosamente cometem ações desumanas.

De forma contraditória, a remoção em Nova Esperança ocorreu sob o argumento de que a área está prevista para construções de moradias populares através do Programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, sabemos que o verdadeiro interesse não é gerar moradia popular, mas atender as demandas especulativas do setor imobiliário numa das áreas que sofre grandes intervenções empresariais ligadas à Fibria (Aracruz Celulose), estaleiro Jurong, Nutrigás, Bragussa, entre outras.

A AGB cobra do poder público respeito à população e diálogo com o povo ao invés de balas de borracha, bombas e repressão. Lutar por moradia, que deveria ser um direito, acaba sendo transformado em crime. Ficam as questões: a luta por moradia assemelha-se a uma guerra? O povo deve ser combatido? É crime lutar por um direito reconhecido na constituição federal, que é a moradia digna?

Por uma política habitacional para o povo!

Justiça e solidariedade aos removidos e atingidos de forma covarde em Nova Esperança, Barra do Riacho, Aracruz – ES!

Vitória, 19 de maio de 2011.




NOTA PÚBLICA DO FEJUNES - Fórum de Juventude Negra do ES
Juventude Negra repudia operação de despejo em Aracruz

O Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo repudiou com veemência a operação feita pelo Batalhão de Missões Especiais (BME), ocorrida nesta quarta-feira (18), em Barra do Riacho.

A Operação foi executada para o cumprimento de um mandato judicial de um processo de reintegração de posse movido pela Prefeitura de Aracruz contra as famílias que residiam no loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho.

Segundo o Coordenador do Fórum, Luiz Inácio, os procedimentos utilizados pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) afrontaram gravemente os direitos humanos. “Foi montado um verdadeiro cenário de guerra, totalmente desproporcional. Os policiais agiram com truculência e desrespeito aos direitos fundamentais daquelas pessoas. Além do Estado não garantir o direito à moradia adequada, ele reprime violentamente aqueles que se organizam para simplesmente ter um lugar para morar”, denuncia.

De acordo com relatos, alguns moradores foram impedidos de pegar documentos, remédios e até mesmo alguns utensílios domésticos. Na Operação foi utilizado helicópteros, atiradores de elite, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Teve registro de pessoas feridas. 

“Parece que o Governo ver o povo negro e pobre como inimigo. Acredito que a principal razão para que aquelas pessoas fossem tratadas daquela maneira, seja por conta de suas origens sociais e raciais”, protesta Luiz Inácio.

O Governo Casagrande até o momento não implementou a Lei 7.723/04 que institui políticas de promoção da igualdade racial e tão pouco iniciou diálogo com o Movimento Negro para discutir ações que possam reverter a realidade deste segmente. Historicamente os negros foram majoritariamente espoliados em diversas dimensões dos direitos sociais, inclusive no de moradia, como é o caso de boa parte das pessoas que foram despejadas em Aracruz.



NOTA DE REPÚDIO DO CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL - CRESS

NOTA DO CRESS SOBRE A AÇÃO DO BME EM BARRA DO RIACHO

O Conselho Regional de Serviço Social do Estado do Espírito Santo (CRESS-17ª Região) repudia a brutal violência de todas as autoridades na ação de desapropriação de terra realizada pelo Batalhão de Missões Especiais da Polícia Militar (BME) na quarta-feira, 18 de maio, em Barra do Riacho, Aracruz.
A ação contou com atiradores de elite, helicóptero, cavalaria, BME, bombas de gás, tiros de borracha, gritos de guerra, tratores, ofensas, humilhações, ameaças. Foram 400 homens da PM do ES em nome de uma reintegração de posse da prefeitura de Aracruz.
“Do outro lado” havia cerca de 300 famílias, aproximadamente 1.500 pessoas, dentre elas pelo menos 400 crianças.
Não houve diálogo e os moradores não tiveram tempo nem para retirar seus pertences de suas casas. Além disso, não foi disponibilizada assistência aos moradores que ficaram desabrigados.
Infelizmente, trata-se de mais um tipo de ação voltada para a criminalização da pobreza por parte do Governo, autoridades e instituições estatais.
Um episódio que reflete o descaso/descompromisso de tais agentes públicos com o atendimento às necessidades básicas das classes populares e o tratamento autoritário e discriminatório dispensado a esses segmentos.
Situações como essa deixam explícita a posição de classe do Estado, que ao defender direitos de uma minoria privilegiada, ignora os direitos tão duramente conquistados ao longo da história pela classe trabalhadora.
Fica explícito ainda que estamos imersos na democracia burguesa e que a garantia de reais direitos para a classe trabalhadora requer disputa política rumo à superação dessa sociedade.
Diante desse cenário de guerra, o CRESS-17 reafirma o compromisso dos assistentes sociais pela defesa intransigente dos direitos humanos e pela construção de uma sociedade justa, igualitária e livre de todos os tipos de opressão e violência. E cobra das autoridades a mais rigorosa apuração dos fatos ocorridos em Barra do Riacho.
Diretoria do CRESS-17ª Região/ES
Vitória, 20 de maio de 2011



NOTA DE REPÚDIO DO GRUPO "VALENTES NOTURNOS"
Os Valentes Noturnos vem expressar seu apoio e solidariedade a tod@s que sofreram violência física, moral, social e psicológica por parte da Tropa de Choque do Governador Casagrande.

No dia 18/05/2011 o governo Casagrande enviou um efetivo policial com mais de 400 policiais fortemente armados para efetuar uma ação de despejo em Barra do Riacho (Aracruz). O Movimento Terra Trabalho e Liberdade, Avalanche Missões Urbanas e Valentes Noturnos estiveram no local para registrar a ação policial e tentar evitar excessos. Porém, todos viram na mídia o que foi chamado de: "A Barbárie de Aracruz." O BME, GAO, ROTAM atiraram pra todos os lados bombas e balas de borrachas em crianças, adolescentes, idosos, deficientes, imprensa, conselho estadual de direitos humanos e militantes de movimentos sociais. Uma senhora passou mal ao ser atingida por balas de borracha e morreu em seguida no hospital.

Os Valentes acreditam que o verdadeiro evangelho deva suprir a necessidade do próximo e mostrar o amor de Cristo na prática junto aos mais necessitados, não somente no discurso. A bíblia condena o acúmulo de riquezas, o acúmulo de terras e qualquer tipo de opressão. Portanto, não nos calaremos diante das injustiças que se multiplicam a cada dia nessa nação, inspirados no maior revolucionário de todos os tempos: Jesus, o Cristo.

"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!"
Isaías 5.8

Ministério de Evangelismo Underground - VALENTES NOTURNOS


Notícia do jornal - BRASIL DE FATO


Despejadas por violenta ação policial, famílias podem ser mandadas embora do município pela prefeitura de Aracruz.


20/05/2011
Da redação com agências.

Para retirar 330 famílias do loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho, no município de Aracruz (ES), a Polícia Militar (PM) realizou uma operação de guerra nesta quarta-feira (18). Foram mobilizados cerca de 400 policiais da Rondas Ostensivas Táticas Motorizada (Rotam), do Grupo de Apoio Operacional (Gao) e do Batalhão de Missões Especiais (BME). Usaram helicóptero, cavalaria, cachorros, tratores, bomba de gás, tiros de borracha e muita violência física e moral.
Assim, cerca de 1,6 mil ficaram desabrigadas e, agora, estão alojadas em locais improvisados, como escolas pública. Segundo a prefeitura, serão construídas 200 casas para famílias carentes na área desocupada. Quem se enquadrar nos critérios estabelecidos pelo programa "Minha casa, Minha Vida" - morar há mais de cinco anos no município, ter renda mensal de até três salários mínimos e ter família - poderá se cadastrar junto a Secretaria de Habitação. Entretanto, a solução encontrada pela prefeitura para as famílias que não são de Aracruz foi disponibilizar passagens rodoviárias para que retornem ao local de origem.
Na tarde desta sexta-feira, entidades de direitos humanos e movimentos de luta pela terra e moradia promoveram um ato no centro da capital, Vitória, e entregaram ao governador Renato Casagrande (PSB) o relatório da reintegração da área, feito pelo presidente da Comissão Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Gilmar Ferreira.
O caso
A área pertence à prefeitura de Aracruz e a Justiça emitiu um mandado de reintegração de posse há cerca de seis meses. Porém, de acordo com os moradores, eles não receberam nenhuma ação de despejo e nunca foram procurados pela administração municipal para negociar.
A violenta ação policial chocou a comunidade. Até o CEDH foi tratado com agressividade. "Fomos recebidos com bombas de gás lacrimogênio. Posteriormente, nos disseram [polícia] que qualquer contato teria que ser feito pelo 190. Um desrespeito total!”, disse Arthur Moreira, membro do conselho.
De acordo com o militante do Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Bruno Lima, outra conseqüência negativa da ação policial foi a morte de dona Santa da Silva Pessanha, na quinta-feira (19):
“Ela estava em casa na hora da ação e foi obrigada a sair do pelos policiais, quando começou a passar mal. Ela não foi autorizada a voltar para pegar seus remédios controlados para pressão alta. Quando a PM liberou e Dona Santa iria entrar na casa, retomaram os tiros e bombas. Passando mal, Dona Santa foi internada em estado grave no hospital de Aracruz, e morreu, resultado de um AVC”.
A habitação é um problema crônico no município de Aracruz, mesmo sendo esta região composta por empreendimentos de peso. Ali estão instaladas atividades da Petrobras, Fibria (ex-Aracruz Celulose), Nutripetro e Nutrigás. A menos de um ano, a prefeitura local doou um terreno avaliado em R$ 25 milhões para a construção do estaleiro da Jurong - gigante do setor naval com presença nos Estados Unidos, China, Cingapura e Oriente Médio.
Davi Gomes
O atual secretário de habitação de Aracruz, Davi Gomes é conhecido pela violência utilizada contra populações indígenas e quilombolas em conflitos que protagonizou a serviço da então Aracruz Celulose, em 2006. À época, Gomes era presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Extrativas de Madeira de Aracruz (Sintiema), posição que ocupou por 22 anos, até ser afastado pelos próprios trabalhadores em assembléia da categoria - decisão validada pela Justiça em janeiro deste ano.
Homens ligados ao Sintiema, liderados por Davi Gomes, atacaram violentamente índios que ocuparam o porto da ex-Aracruz (Portocel), em luta pela demarcação de terras na área da papeleira. Até o deputado e cadeirante Claudio Vereza.






Texto do Laerte Braga

A BARBÁRIE DA PM DO ESPÍRITO SANTO

Laerte Braga
No quesito barbárie a PM do Espírito Santo é ponta de linha. Horda de bárbaros.

Polícia Militar é uma excrescência. Polícia é uma instituição civil e como tal deve ser estruturada. É assim na maioria dos países ditos civilizados, até em alguns sob controle do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

No Brasil as PMs são guardiãs da propriedade privada – roubada ou não –, segurança de luxo de governadores estaduais e matilha contra o povo, a classe trabalhadora.

O que aconteceu em Aracruz no Espírito Santo se assemelha – guardadas as proporções e essas se referem aos armamentos usados – aos bombardeios com que a OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE – “liberta” a Líbia.

É só ir lá e olhar
Ação animalesca de criminosos fardados e em nome de interesses de empresa privada, ilegais e predadores, contra cidadãos comuns, homens, mulheres e crianças.

Um ataque terrorista de uma força que, em tese, existe para garantir a lei.

Mas é claro que é assim. A lei deles, dos donos.

No estado, hoje propriedade de grupos privados, as manifestações contra a boçalidade da Polícia Militar – é comum a todas, varia em intensidade de um para outro estado, a cultura BOPE disseminada para alienar – trouxeram a público manifestações de repúdio da OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL –, do Sindicato dos Jornalistas e o pedido de providências imediatas ao governo do dito estado.

A mídia nacional, podre, comprada, sequer toca no assunto, ou se o faz, o faz em passant, afinal, há suspeitas que Ermírio de Moraes, o homem da ARACRUZ, seja um dos principais acionistas do antigo Espírito Santo e isso complica as coisas. É dele e seus parceiros que sai a grana.

Como não fala nas manifestações imensas na Espanha, à semelhança do que ocorre em países árabes, exigindo mudanças drásticas e radicais no modelo político, econômico e social, antes que o país se dissolva em armas nucleares que guarda para o conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Espanhóis começam a perceber que a Comunidade Européia é adereço do conglomerado terrorista. Os países membros estão sendo dissolvidos sem bater.

É essa a mídia que temos, ou a chamada grande mídia.

Vai das denúncias que beiram a inconseqüência – a cara de repulsa de William Bonner varia em função do comunicado do departamento financeiro sobre a verba para a denúncia, chamam de patrocínio – a omissão sobre boçalidades em nome do “progresso” – deles – e de todo o resto que, eventualmente, possa contrariar os interesses que representa.

O jornalista William Waack, preferido de Hilary Clinton para análises e relatórios políticos, fez um malabarismo impressionante dia desses num programa da GLOBONEWS para dizer que financiamento público de campanha imobiliza partidos e o financiamento aberto, a partir de empresas privadas promove o crescimento dos partidos.

Deve ser do balanço via doações de bancos, grandes empresas, etc, etc. o jeito simples de comprar. Comprar mandatos de deputados, senadores, governadores, financiar redes de tevê, revistas e jornais.

O grande negócio do marketing político.
Qualquer problema chama a PM do Espírito Santo. É o mais próximo que existe no País se comparada com organizações terroristas internacionais.