sexta-feira, 6 de maio de 2011

Desalojadas famílias em Vitória: Truculência de João Coser e Renato Casagrande

Chega um momento em que precisamos dar nomes aos bois. Quem é responsável pela política de habitação (ou ausência dela) no ES e em Vitória são, respectivamente, o governador e o prefeito. Quem é responsável pelo tratamento de conflitos, pela mediação, pela solução de problemas, são, respectivamente o governador e o prefeito! Eles precisam responder sobre essas coisas.

DESALOJAMENTO FRIO E TRUCULENTO:

Hoje cerca de 40 famílias foram desalojadas pelo Batalhão de Missões Especiais, que é um destacamento da Polícia Militar que serve para combater movimentos sociais, crimninalizar manifestantes e impedir as reivindicações do povo.

Essas famílias ocuparam um prédio em Santo André (região de São Pedro) que seria destinado para moradias populares se não fosse um pequeno problema: a obra parou a mais de um ano e o local estava se tornando econderijo de assaltante, desmonte de carros roubados e etc.

A prefeitura de Vitória é elitista e não investe em moradias populares o suficiente para combater o déficit habitacional do município. Os gastos da prefitura são concentrados em urbanismo nas regiões nobres, obras ineficazes e intermináveis. Essa hierarquia de prioridades do prefeito revela uma opção de classe feita por ele e pelo PT.

O PROCESSO DE DESOCUPAÇÃO

O companheiro Peruca, do MTL, e o companheiro Chilli (Avalanche) acompanharam o processo e, segundo relatos, o oficial de justiça chegou indisposto a qualquer tipo de diálogo, apenas cobrando a ação do BME. O que é uma postura bastante previsível por parte de um burocrata de estado que recebe de salário mais de dez vezes mais do que recebe qualquer das famílias que estavam lá ocupadas.

Segundo relatos a postura dos envolvidos no processo foi:

O BME - Chegou pontualmente 8:30h, pois para bater em pobre a polícia capixaba tem pressa! Eram em cerca de 50 soldados armados até os dentes e dispostos a tudo! Depois que as famílias já estavam se retirando, a maioria dos policiais ria e conversava sobre o jogo do Flamengo na Copa do Brasil e o mal desempenho dos brasileiros na Libertadores.

A Prefeitura - Nenhuma autoridade havia sequer pensado em disponibilizar algum tipo de abrigo temporário para ninguém. Depois de muita negociação, foi conseguido alguma coisa para os casos mais graves, como uma mulher com 8 filhos que não tem família no ES.

O Povo - A maioria das famílias ocupadas não tinha nem casa de parente para poder guardar as coisas e dormir essa noite. Alguns vizinhos cederam espaço em suas casas para os que foram despejados, demonstração de solidariedade, indignação e consciência popular de um povo sofrido e cansado de carregar o estado nas costas e apanhando desse mesmo estado. Povo que, infelizmente, continua aprisionado nas garras da sociedade política e da burguesia que ainda domina. Fora isso, senhoras passando mal e crianças chorando completavam a cena.

A Assistente Social - Questionada sobre o que aconteceria com as famílias, ela respondeu "vão ter que voltar para onde estavam antes". Quando foi dito que a muitos não tinham onde ficar pois ganhavam cerca de 500 reais e não tinham como continuar pagando aluguel. Ela respondeu então que isso não era problema dela.

A Imprenssa Marrom - Não apareceram jornalistas da grande mídia, não houve cobertura ou divulgação do que aconteceu.

O MTL estará ao lado dessas famílias batalhando para que o nível de mobilização não se perca. A luta do povo não acabou!

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