quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Seattle, Tahrir... e porque não Vitória?

*Tadeu Guerzet - Coordenação Nacional do MTL

Mais de uma década depois das manifestações de Seattle, contra os encontros do G-8, ou os herdeiros do consenso de Washington, por vezes a juventude resolve se expressar por de trás da institucionalidade e sem pedir muita opinião aos partidos de esquerda tradicionais (e mesmo os não tradicionais).
O jovem que tinha seus 20 anos em Seattle ou em Gênova, hoje, provavelmente, é um dos que perdeu seu emprego diante da crise econômica mundial.









Não sei se é a crise de representação das entidades tradicionais, o descenso dos movimentos, a cooptação dos partidos de esquerda... acontece é que nos últimos 10 ou 15 anos, a nível de mundo, o que se tem contabilizado de mais significativo, radical e mobilizante, tem sido manifestações com alto teor espontaneísta, organização de organizações, movimento de movimentos, conjunção de indignados, convergência de bandeiras. No início de nossa década o movimento alter-global, o forum-social-mundialismo, incorporado com grande euforia pelas tradicionais correntes da Quarta-internacional mandelista e pela DS, a velha "Democracia Socialista" no PT até hoje. Os "alter-globalização" de hoje são os indgnados, pela democracia real. A juventude politizada tem chegado a conclusão de que um outro mundo é urgente, e não se contentam com a promessa de um mundo socialista num futuro remoto, que se dará mediante a ruina final do capitalismo a partir de suas próprias contradições intrínsecas. Essa juventude quer segurar com a mão a sua primavera!



Sendo assim, inspirados pelo movimento que tem solapado o mundo e irritado o mercado, jovens da Grande Vitória, que provavelmente já são caras conhecidas das ruas da cidade, se organizam no sentido de ocupar a cidade, as mentes de quem passar por eles, e alguns assuntos de mesas de botecos, porque não? Ocuparão também algumas conversas das autoridades que administram nossa cidade ou zelam pela segurança do capital.
Imagino que ocuparão também algumas notícias de jornal, não muito benevolentes, não muito explicativas e não muito generosas... matérias dignas da boa, velha e carcomita imprensa marrom.

Hoje 14h alguns jovens farão uma aposta com os corações da cidade. Entregarão a proposta de unidade, contra a repressão do estado aos movimentos sociais e exigindo fim da impunidade. Contra os PMs que apertam gatilhos contra estudantes e sem-tetos, rindo deles mancando! PMs que se desumanizaram em suas formas de treinamento militar, ultrapassado. PMs que passam tanto tempo olhando o abismo, que nem se deram conta de que o abismo já começou a a olhar para dentro deles a muito tempo! Desumanizados!
Exigiremos que o estado responda pelo crime em Barra do Riacho este ano!
Não esqueceremos, pois quem apanha nunca esquece!
As mortes e o sofrimento de quem foi obrigado a viver numa quadra de esportes e conviver com a pneumonia, o frio, a maresia...
Exigiremos fim da corrupção, não apenas do deputado que recebe propina, ou do prefeito de superfatura uma obra. Mas do governador que mantém um pedágio criminoso com o da terceira ponte, um contrato inescrupulosamente absurdo com a GV-bus.
Por fim, exigiremos o fim do capitalismo. Já chega. Cansamos de coisas irresolvíveis, problemas crônicos, do desemprego estrutural, natural e aceitável. Um outro mundo é urgente, e uma hora teremos que começá-lo!

O MTL estará presente e priorizará essa ação enquanto ela durar! A primavera depende de homens e mulheres!

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