sábado, 23 de julho de 2011


WEB CHARGES

Não É Conto de Fadas
Neste trabalho inaugural do projeto Web Charge – projeto aprovado nos editais 2011 do Programa Rede Cultura Jovem –, o Estúdio Cosmonauta presta homenagem a todos os segmentos da sociedade civil organizada que encampam a Campanha Estadual Contra a Violência e o Extermínio de Jovens (ES).
No último dia 30 de Junho (2011) ocorreu na Assembleia Legislativa do Espírito Santo uma sessão especial que tratou dessa questão e tanto eu quanto Laíssa Gamaro – ambos do Estúdio Cosmonauta – estivemos presentes.
Foram apresentados dados da pesquisa “Homicídio juvenil: de quem estamos falando?”, que traça um perfil da juventude vitimada no Espírito Santo e mostra que de janeiro a maio deste ano, 391 jovens foram mortos (homicídio), segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança. Aponta também que desse número 77% eram jovens negros.
Mais de 120 pessoas estiveram presentes.
Lembramos também que já estão ocorrendo as reuniões de articulação para a construção da 4ª Marcha Estadual Contra o Extermínio da Juventude Negra. Essa ação é coordenada pelo Forúm Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (FEJUNES) e tem como objetivo alertar a sociedade capixaba a respeito do extermínio físico e cultural sofrido pelo segmento.
Sua realização se dá no dia 20 de novembro, data em que se resgata e se reafirma a Consciência Negra.
A charge “Espelho, espelho meu” faz parte de uma série maior que criamos recentemente, intitulada “Não É Conto de Fadas”. Essa série irá propor novas leituras – e quem sabe, ressignificações – para os clássicos e tão populares contos de fadas, enraizados em nossa cultura a partir de leituras feitas principalmente pela indústria cultural, via produtos midiáticos, como desenhos animados, histórias em quadrinhos, livros... vide as clássicas (e polêmicas!) versões da Walt Disney sobre os contos dos irmãos Grimm.
Estamos muito felizes com o espaço concedido pelos diversos sites parceiros que toparam veicular nossos trabalhos. Esperamos manter ao longo do projeto uma boa qualidade tanto em termos de ideia e abordagem, quanto em soluções gráficas.
Grande abraço a todos e até semana que vem.






PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE VILA VELHA

­­­Novo Plano Diretor Municipal de Vila Velha (PDM) foi alterado sob a orientação de interesses privados e sem ampla discussão com a sociedade.  O PDM em questão prevê pesados impactos ambientais para o município.
No último dia 14 de julho de 2011, 15 vereadores contra 2 aprovaram as alterações no PDM de Vila Velha que prevê a criação de um superportona região de Interlagos e a delimitação de sete distritos industriais na região rural do município. Áreas como a Reserva Natural de Jacarenema, lagoas e outras áreas verdes deverão ceder espaço aos novos empreendimentos.
O arquiteto responsável pela construção do novo PDM, Antônio Challub, quando questionado a respeito dos interesses da construção do novo Plano, deixou bem claro que ele foi financiado pela iniciativa privada e, mais especificamente, por empresários e donos de terrasdas localidades agora transformadas em distritos industriais.
O município de Vila Velha já é conhecido nacionalmente como uma cidade entrecortada por valões a céu aberto e profundas desigualdades sociais– qual é o turista que desce a terceira ponte e não experimenta o cartão postal do município entrando pelas narinas e agredindo o olfato? Diferentemente de um movimento que deveria se orientar para reverter o quadro instalado revitalizando o município e distribuindo renda, o que está sendo proposto é a implementação de um modelo desenvolvimentista que aprofunda sistematicamente a degradação ambiental da região e não se propõe resolver as questões sociais.
A Região Cinco de Vila Velha – que compreende os bairros de Terra Vermelha, Interlagos, Ponta da Fruta e Barra do Jucu, dentre outros – será a área mais afetada. Ocorre que está região é historicamente a menos assistida por politicas de infraestrutura e amparo social do município. Portanto, mudanças desse porte no PDM sem um replanejamento urbano para essas áreas – instalação de redes de saneamento, mais escolas e hospitais – é, no mínimo, um profundo desrespeito para com as populações locais, além de uma seríssima agressão ao patrimônio natural da cidade.
E isso tudo foi votado sem ampla convocação e mobilização da sociedade para o debate, desmontando o que se compreende por audiência pública, estritamente necessária neste caso. Além disso, o Plano Diretor Municipal aprovado está sujeito a ações de rechaço por parte do Ministério Público Estadual (MPES) que poderá entrar com ações de impedimento, já que por lei alterações desse porte só podem ser feitas em intervalos de cinco anos, sendo que PDM anterior foi feito em 2008.
Curtam a síntese que a ilustradora e chargista Laíssa Gamaro encontrou para esta questão.

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