Saiba mais sobre o deputado que achava que poderia aprovar uma lei pró-ditadura militar para proibir manifestações políticas só porque o dinheiro o elegeu deputado no ES.
“Sempre ganhei dinheiro por visão, conseguia fazer investimentos observando o mercado, mas eu gosto mesmo é de ajudar o povo. Antes da política eu ajudava aos menos afortunados, sempre dava cesta básica”. (Luiz Durão, para um blog que o homenagiava em seu aniversário)
A frase acima é um exemplo do atraso da política. Ilustra bem a mentalidade que prevalece tanto no eleitor quanto no ocupante do cargo eletivo.
Luiz Durão pode ser resumido como uma figura arcaica coronelista de um Brasil colonial. Uma figura bronca, conservadora e provinciana. O tipo de manda-chuva do interior, rico, proprietário de terras que manda e desmanda e acha que "ajuda os menos afortunados" distribuindo cestas básicas, como se pobreza fosse mais uma questão de azar que um processo histórico de concentração de recursos e terras promovido por homens como ele mesmo.
A distribuição de cestas básicas se tornou algo repudiável até mesmo na política atrasada do Brasil, que já concluiu o estreito limite entre a "ajuda", a "troca de favores" e a compra de votos, mesmo se institucionalizando a compra de votos em âmbito federal com políticas sociais focadas de "doação" direta de renda em âmbito federal! Mas parece que Luiz Durão se orgulha de ser um comprador de votos.
"Acordo todos os dias 5h da manhã", outro hábito típico de coronel, que gosta de vistoriar o que é seu e que, de tanto enganar os outros, trapaçear e fazer tocaias... fica desconfiado de tudo e tem medo de dormir (ou não dorme com tranquilidade).
Vamos conhecê-lo um pouco mais.
nas palavras da Gazeta ele é um "um pecuarista milionário dono de quatro poços de petróleo em suas fazendas em Linhares, todos em franca produção".
Tem 64 anos e três netos. Tem declarado quase 2 milhões de reais de patrimônio, legalmente, o que faz dele o segundo político mais rico do ES, ficando atrás apenas de Teodorico Ferraço. Possui mais de 1500 hectares de terras em suas propriedades. Foi prefeito de Linhares em 1989 e deputado federal em 2003.
Com sua quantidade de dinheiro e terras, faz doações para conseguir votos e manter seu prestígio e poder político.
Recentemente, compõe a comissão de educação, é vice-presidente da comissão de segurança, e ainda, pecuarista e petroleiro, compõe a frente parlamentar de reformulação da legislação florestal. Tem cabimento?
A benevolência do povo capixaba
Entender a lógica de raciocínio do povo é compreender também seus níveis de consciência. Isso precede uma analise de conjuntura precisa, que busque diagnosticar as condições da luta e a forma como nos posicionaremos.
No jornal A Gazeta de domingo saiu uma pesquisa que no momento não conseguirei me lembrar com precisão de seus números exatos, aproximadamente, consigo me lembrar assim:
- Buscando avaliar a Assembléia Legislativa do ES entre 3 opções (Bom, regular e ruim) a pesquisa apontava que cerca de 20% avaliava a atuação dos deputados estaduais como boa, cerca de 40% como regular e o resto como ruim.
Entretanto, 60% não sabiam dizer sequer um nome de deputado na assembléia. Um número maior que esse não sabia indicar sequer um projeto que tenha sido aprovado e, quase 60%, não se lembrava sequer em que deputado haviam votado na última eleição.
Conclusão que chegamos com esses dados (partindo da hipótese de que a pesquisa realmente foi verídica) é que o povo capixaba não faz a menor idéia da política, mas, na dúvida, ou melhor, na ignorância, preferem optar pelo razoável... ignorando que o baixo nível de entendimento político é resultado de uma cultura política viciada, despolitizada e desinteressante, por ser vazia, sem conteúdo e sem debates de projetos diferentes... portanto, a culpa é, em ultima instância, do baixíssimo nível de política praticada pelos políticos... que, na pior das hipóteses, estão sendo avaliados até "razoavelmente". Um típico, não conheço, mas gosto! Ou um "me engana que eu gosto".
E assim vamos perpetuando na nossa política os Luiz Durões, os Mateusões, os Elcio Alvares, os Ferraços, os Magno Maltas e todos os coronéis de terras, instituições ou de almas!
A esquerda resolve em parte entrar no governo, parte resolveu que não adianta disputar politicamente mais nada e se voltou a ações estritamente "de rua", contestatória. O PSOL fica isolado, os "heróis da resistência" mas sem microfone. Partidos de direita como o PSDB e DEM diminuem, mas a direita, lato senso, paradoxalmente, aumenta!!!
No poder, todos estão falando a mesma linguagem, parte do povo aceita e outra parte não quer disputar seu projeto devido a descrença. Ou seja, a "ultra-crítica" e a "infra-crítica" alicerciam o pacto de poder dos poderes!
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