Há duas semanas o assassinato de um dos chefes do tráfico da região de COBI e São Torquato (morro do Boa Vista), gerou um toque de recolher nesses bairros. Há dias a polícia vinha assediando essas comunidades, resultando em alguns confrontos e trocas de tiros. Jovens já haviam morrido nessa guerra.
A morte do traficante foi motivada por uma briga pelo controle do tráfico na região, o que não exclui a hipótese de que a subida da polícia também também tenha tido a mesma motivação. Hoje em dia é comum ver de dentro do estado e suas forças armadas uma relação estreita com o tráfico.
No bairro as pessoas estavam apreenssivas, e os funcionários públicos foram coagidos a trabalhar pelo Estado, mesmo este não garantindo a segurança no trabalho. O estado coloca em risco seu funcionalismo ao ameaçar cortar o ponto de quem, por medo, abandonar o posto de trabalho em meio a guerra da polícia contra as drogas não legalizadas.
Algumas pessoas tem relatado constantemente terem visto a movimentação dos traficantes e suas armas, emcapuzados, se preparando para se enfrentarem a qualquer momento na região. No final de semana ouviam-se trocas de tiros entre os dois morros. Ao que dizem por aqui, a polícia espera o enfrentamento de ambos os grupos, a vingança do grupo do traficante assassinado, para entrar na comunidade. Enquanto isso, o que se vê são viaturas rondando pelas ruas do bairro.
Neste domingo houve mais uma troca de tiros em COBI.
O MTL denuncia o extermínio da juventude negra na semana da consciência negra. A falta de opções e oportunidades de uma sociedade baseada na competição e exclusão, que escravizou um povo e jamais garantiu seus direitos. Se hoje o jovem de periferia encontra no trafico a unica forma de elevação social, isso é resultado de séculos de capitalismo, de abstenção do estado, de privação de direitos, de opressão e violência em suas variadas formas.
Isso não se resolverá com armas e polícia, mas com justiça social, distribuição de renda e direitos.
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