* Tadeu Guerzet - Coordenação Estadual do MTL e Coordenação do Fórum Estadual de Luta pelo Transporte Público.
Já são 5 dias de resistência nas ruas, fora as preparações de cada ato, as mobilizações e as diferentes formas de manifestar-se que surgem nos momentos mais inesperados como insight.
A verdade é que muitas coisas diferem o atual movimento pela redução da passagem daquele que houve em 2005.
Em 2005 haviam estudantes ainda em aulas. Em 2005 aquele foi o segundo aumento que pretendiam fazer ocorrer no mesmo ano. Em 2005 a Tropa De Choque promoveu uma ação profundamente desproporcional que abalou a moral e a credibilidade da PM perante a população capixaba. Em 2005 essa desmoralização da polícia permitiu que todas as ruas se abrissem para nós, o BME foi DESAUTORIZADO pelo governador que já previa desgaste político.
Enfim... em 2005 foram mais de 5.000 pessoas às ruas, contabilizando proporcionalmente isso numa cidade da dimensão e com a população de Vitória, considerando que dessas 5.000, praticamente nenhuma era ligada a nenhuma organização sindical ou movimento popular... foram essencialmente 5.000 estudantes. Isso é um fenômeno de mobilização, podemos dizer que essas massas ignoraram o momento hitórico que o mundo vive.
Dessa vez, o movimento não é tão grande e conta com muitos agravantes e entrepostos. Porém, existe um grupo de 200 estudantes que se mantém firmes todos os dias em protestos diários.
O primeiro dia de manifestação foi a Quarta Feira. Fechamos a ponte da passagem contra o aumento da passagem!
O segundo dia foi quinta feira, saimos em passeata da UFES em recesso com mais de 250 pessoas e fomos até a terceira ponte. Na ocasião, fomos ameaçados pelo Batalhão de Missões Especiais (BME, ou BATALHÃO PARA O MOVIMENTO ESTUDANTIL). E fomos impedidos de continuar. Recuamos.
No terceiro dia nos concentramos na Assembléia Legislativa e partimos em passeata até a terceira ponte. Mais uma vez as forças repressivas destacaram um contingente desproporcional. Eram dezenas e dezenas de viaturas para conter (eufemismo para "massacrar") uma manifestação de 200 pessoas.
No Sabado o movimento fez uma reunião para planejar um calendário para essa semana.
Segunda feira fomos à CETURB de manhã, fizemos uma reunião lá, saimos em roletaço para a Praça Costa pereira e tentamos encaixar uma inserção num programa de TV feito ao vivo na praça.
Ontem, fomos em ônibus da UFES até a terceira ponte e finalmente conseguimos abrir as cancelas do pedágio e permitir que os carros atravessassem de graça de Vitória para Vila Velha.
Sabemos que devemos guardar as devidas proporções. Sabemos, entretanto, que as cancelas da terceira ponte jamais foram abertas por nenhum outro movimento social. Nenhuma outra manifestação ousou chegar até tal destino, salvo as jornadas de 2005 e agora, as jornadas de 2011. Sabemos que ainda temos muito o que avançar. Mas é inevitável não voltar um filme na cabeça de quem participou dos dois processos. É inevitável agora, o governador tem que dar uma resposta!
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