Em Aracruz, partido apresenta denúncia
por quebra de decoro contra vereadores
Nerter Samora
Depois da recusa da abertura de investigações contra o prefeito Ademar Devens (PMDB) na Câmara de Vereadores, representantes da Executiva Municipal do Psol pediram a cassação de cinco vereadores por quebra de decoro. Entre os denunciados está o presidente da Câmara, Gilberto Furieri (PDMB), aliado de primeira hora do prefeito. Os psolistas questionam a idoneidade dos vereadores para julgar os atos de Devens.
A denúncia é assinada pelo presidente da Executiva Municipal, Gilberto de Souza Coelho, e demais membros da cúpula partidária, Gilcinéia Ferreira Soares e Wilson Quintão Soares. Na peça apresentada à Câmara nessa quarta-feira (1), os representantes narram os supostos impedimentos dos cinco vereadores que estão na base aliada de Devens. Inclusive, o grupo teria atuado em defesa do prefeito na análise da denúncia apresentado pelo mesmo grupo contra ele, rejeitada na sessão dessa segunda-feira (29).
Além do presidente da Casa, são citados na denúncia os vereadores Ronaldo Modenesi Cuzzuol, Ozair Gonçalves Coutinho Auer (ambos do PMDB), George Cardozo Coutinho (PDT) e Jocimar Rodrigues Borges (PSB). O único vereador da atual composição que ficou de fora da denúncia foi Anderson Ghidetti (PTB), oposicionista no Legislativo municipal. Três vereadores (Ronis do Devens, do PDT, Luciano Frigini, do PSB, e Paulinho da Vila, do PT) seguem afastados judicialmente do cargo sob acusação de rachid.
De acordo com o documento, a atual composição da Câmara não oferece nenhuma condição para que denúncias contra corrupção contra a administração municipal sejam apuradas no Legislativo. Os representantes do Psol citam dois pedidos de impeachment de Devens – o primeiro no ano de 2009 e o mais recente, no final do mês de novembro deste ano – foram negados pela Câmara.
“A denúncia foi posta em discussão e todos os vereadores, sem exceção, permaneceram absolutamente mudos, sem expressar manifestação, indo imediatamente à votação, sendo rejeitada por quatro votos contra um e arquivada de plano”, narra um dos trechos da denúncia. A esse episódio, os denunciantes indicam que o documento sequer foi lido pelo presidente da Câmara, Gilberto Furiere, cujo impedimento havia sido levantado no texto, já que a mulher dele, a ex-secretária municipal de Educação Marilza Furieri – afastada do cargo por determinação da Justiça – foi citada na denúncia.
“Considerar a permanência de Gilberto Furieri na Câmara Municipal seria o mesmo que assentir que princípios constitucionais continuem sendo repisados diariamente”, questionam. O texto ainda atribui aos vereadores denunciados a contribuição para que os fatos de corrupção apontados pela Justiça continuem sendo empurrados para “debaixo do tapete na Casa”.
Além do pedido de abertura do processo de cassação dos cinco vereadores, os representantes da Executiva Municipal do Psol solicitam a remessa da cópia integral do procedimento referente à mais recente denúncia apresentada contra o prefeito. A denúncia deverá ser lida na próxima sessão da Câmara, marcada para a próxima segunda-feira (6).
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