domingo, 31 de outubro de 2010

Militantes populares derrubam o prefeito de Aracruz!

*Setorial de Comunicação do MTL-ES

A justiça determinou, nessa sexta feira, o afastamento do prefeito de Aracruz, acusado de escândalos de corrupção relacionado à superfaturamentos de obras públicas envolvendo a empresa RS Comércio e Edificação Ltda.
A história é mais longa, no entanto, e não se deu apenas a partir de um estímulo investigativo e do comprometimento da justiça, por si só, com o bem conduzir das atividades públicas. Essa vitória foi obtida após exaustivos esforços de militantes populares de Aracruz, aliados do MTL na luta! Estes militantes foram, principalmente, Gilcinéia, Quintão, Gilberto e Max, que demonstraram o quanto é possível mudar o mundo com as mãos da própria classe trabalhadora. Essa vitória também foi obtida com a colaboração do companheiro Josely Reis, militante da área dos direitos humanos em João Neiva e Aracruz.

Lutas

Desde o início do ano, junto a estes militantes, o MTL enfrentou uma batalha contra a administração pública, que tentou destruir a ocupação urbana da "Portelinha" que se tornou um bairro onde vivem mais de160 famílias.
Segundo a companheira militante do MTL, Elisiane Bárbara, moradora da portelinha: "O prefeito cedeu inúmeras terras para o pólo indústrial. O prefeito sempre trata as grandes empresas e a elite de Aracruz de uma maneira mais carinhosa do que ele trata os pobres em Aracruz."

Segundo a companheira Nainhama, também do MTL e também moradora da Portelinha: "O prefeito e o promotor acusaram a gente de destruir o meio ambiente só porque construimos nossas casas numa área próxima de uma mata e perto de um rio que já foi poluído pela outra parte da cidade. Ao mesmo tempo o prefeito deixa empresas poluídoras se instalarem em Aracruz para plantarem eucalipto no lugar da mata tradicional, poluírem nossos rios, e deixa a Jurong se instalar numa área onde existe uma vegetação tradicional. Além disso, ele concede terras para todo mundo que tem dinheiro."

Após negociações entre a comissão de moradores da portelinha (com a participação de Tadeu Guerzet, membro da coordenação estadual do MTL), e o prefeito e secretarios, somada à ajuda e intervenção do conselho estadual de direitos humanos através do companheiro Bruno Alves, somados aos esforços da militancia diária da companheira Gilcinéia Ferreira Soares, sempre no encalço do prefeito, das sujeiras da prefeitura e da câmara de Vereadores, conseguimos garantir que as casas não fossem derrubadas.

Não nos admira que esses escândalos revelem a verdadeira face de Ademar Devens. Sabiamos desde sempre a influência que essas empresas poderosas exercem sobre o poder público de Aracruz.

O Movimento Terra, Trabalho e Liberdade parabeniza os que ousaram lutar e os que ousaram duvidar do estado de coisas da aparente calmaria de Aracruz. Parabenizamos a militancia do SACI e dos companheiros Gilberto, Gilcinéia, Quintão, Max e Josely Reis.

Até a vitória sempre!

Matéria do Século Diário sobre afastamento de Devens

Justiça afasta prefeito Ademar Devens e secretário por corrupção


Nerter Samora
Foto capa: Arquivo SD

A juíza da Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Aracruz, Trícia Navarro Xavier Cabral, determinou no final da tarde dessa sexta-feira (29) o afastamento do prefeito Ademar Devens (PMDB) e do secretário de Obras, Heitor Luiz Rampinelli Neto, por envolvimento no superfaturamento de obras na Secretaria de Educação. O vice-prefeito Jones Cavaglieri (PSB), também incluído na ação de improbidade administrativa, deverá assumir o comando do município. A magistrada também determinou o bloqueio dos bens de todos os acusados de corrupção.
Na decisão, a juíza Trícia Xavier Cabral acatou o pedido da promotoria de Justiça local para a inclusão de Devens, Rampinelli e Cavaglieri à denúncia de irregularidades no decorrer do procedimento licitatório da contratação de empresa RS Comércio e Edificação Ltda., acatada em maio deste ano. Na oportunidade, haviam sido afastados no mesmo caso, os secretários Marilza Furieri (Educação), Adilson Siqueira Rosa e Wellington Lorenzuti, respectivamente, ex-secretários de Obras e Suprimentos.
A empresa havia sido contratada para a criação do projeto de execução dos serviços de reforma e adequação da Antiga Loja Marquesa, Polo UAB e do Centro de Formação Continuada de Professores da Educação Básica para atender à prefeitura. O custo total estimado do contrato sob suspeita é de R$ 1.043.295,67.
No texto, a magistrada verificou “fortes indícios de participação dos novos demandados no suposto esquema de fraude à licitação”, o que foi chamado de “jogo de planilhas” – fato que motivou o acolhimento do pedido de afastamento imediato. A decisão aponta que o prefeito Ademar Devens foi responsável por dois dos oito aditivos contratuais realizados pela prefeitura no decorrer da obra.
Enquanto as investigações apontam que Cavaglieiri concedeu o aditivo para prolongamento da empreitada – fato estranho já que atuou em substituição ao prefeito apenas neste caso e deverá ser alvo de novas apurações pela promotoria. No caso do secretário municipal, Rampinelli aparece como responsável pela requisição para liberação de diversos valores em favor da RS Comércio e Edificação durante a execução dos serviços.
Além dos membros do secretariado de Devens foram denunciados outros quatro servidores: Amantino Gonçalves da Costa Filho, Antônio Luiz Bof, Lino Antônio Broetto e Flayner Loureiro Alves – membros à época da comissão de licitação municipal – e a pessoa jurídica da RS Comércio e Edificação, na época da primeira decisão do caso.
Essa é a primeira vez que Ademar Devens é afastado judicialmente do cargo por conta de casos de corrupção na prefeitura desde a deflagração da operação “Operação Apache”, em 18 de março de 2009. Na oportunidade, foram cumpridos mandados de busca e apreensão relativos a ações de improbidade administrativa e criminal contra 11 pessoas, entre elas o então procurador geral do município, João Aroldo Cypriano Ferraz – principal alvo da operação.
João Aroldo foi acusado de ter montado um esquema fraudulento em processos de licitação que visava a favorecer empresas da família. O esquema envolveria, além de João Aroldo, parentes e outros funcionários da prefeitura.
Na ocasião, foram presos o ex-procurador João Aroldo Cypriano e o filho dele, João Yolando Modessi Ferraz, além dos servidores públicos Amantino Gonçalves da Silva Filho, Lino Antônio Broetto, Antônio Luiz Boff e Helio Santo Soares - todos ligados ao prefeito Ademar Devens. Nomes que aparecem novamente relacionados ao mais recente escândalo.
Em depoimento à Policia Civil, o ex-secretário Wellington Lorenzuti – preso com a mala de dinheiro – foi taxativo quanto ao esquema de corrupção na prefeitura. Embora ele não crave a participação de Devens, confirma que a negociata se dava em seu nome através do primo e ex-chefe de Gabinete do prefeito, Rubens, conhecido como Rubinho Devens.
Em entrevista ao jornal local Folha do Litoral, a assessoria do prefeito Ademar Devens informou que entrou com Agravo de Instrumento, tipo de recurso extraordinário no Tribunal de Justiça do Estado (TJES), contra a decisão.
A juíza determinou ainda o pagamento de multa no valor de R$ 5 mil diários caso o prefeito não cumpra a determinação.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bolsistas da UFES em Greve!!!!

Estudantes bolsistas da Ufes deflagram greve por
tempo indeterminado
 
1.jpgCerca de 150 estudantes participaram da Assembleia Geral dos Bolsistas da Ufes, organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), que deflagrou greve por tempo indeterminado de todos os bolsistas da universidade. Entre as principais reivindicações estão o reajuste imediato no valor das bolsas para R$ 510,00 e melhores condições de trabalho. O valor das bolsas não é reajustado desde 2005.
 
De acordo com o diretor de articulação do DCE, Raphael Sodré, a universidade tem utilizado os bolsistas para executar trabalhos idênticos aos dos técnico-administrativos, mas com 4 horas de trabalho e no valor de R$ 300,00. “Essa é uma forma da universidade economizar dinheiro com seu quadro de funcionários e não podemos aceitar isso”, afirmou Sodré. Ele ainda disse que uma das reivindicações dos estudantes é o aumento significativo de bolsas de pesquisa e de extensão, que vão ao encontro da formação acadêmica.
 
Outra dificuldade que os bolsistas da Ufes têm encontrado é o atraso no pagamento das bolsas. No Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), por exemplo, o pagamento chegou a ficar atrasado por 20 dias. “Além de receber pouco, às vezes recebemos com atraso. Somos cobrados como trabalhadores da Ufes, enquanto deveríamos fazer pesquisa e extensão”, relatou Glauber Lopes, bolsista da Ufes.
 
Devido à falta de uma política efetiva de assistência estudantil, as bolsas na universidade adquirem um caráter de extrema importância. “Para mim, é uma questão de sobrevivência, não apenas de auxílio”, afirmou Ana Paula Gonçalves, bolsista da Ufes. Ela também relatou que as bolsas de auxílio para xerox e para moradia, que deveriam ser liberadas no início do período, ainda não foram pagas.
 
Movimentação. Após a deliberação da greve dos bolsistas, os estudantes passaram, em mutirão, por diversos locais da Ufes onde trabalham bolsistas, como na reitoria e na Pró-reitoria de Graduação (Prograd), com o objetivo de convidá-los para aderir ao movimento. A proposta é de que a greve se estenda para os demais campi da Ufes.
 
 
 
Leia abaixo, o Manifesto de Estudantes da Ufes por melhores condições de permanência.
 
 
Por Luciana Silvestre – Jornalista da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes – Seção Sindical do Andes)

 
MANIFESTO DE ESTUDANTES DA UFES POR MELHORES CONDIÇÕES DE PERMANÊNCIA
 
A Universidade deve ser um espaço de promoção de melhores condições de vida para a Sociedade. Não podemos, em seu interior, conviver com relações de trabalho ainda mais precárias do que observamos em seu redor.
A condição imposta aos/às bolsistas da nossa Universidade é, além de degradante, insustentável. Ganhamos desde 2005 trezentos reais por mês para desempenhar, em quatro horas diárias, a função de servidores/as contratados/as que recebem para um regime de oito horas diárias mais de mil e oitocentos reais (salário inicial do último concurso público feito) agregados a direitos trabalhistas.
Com este valor irrisório temos ainda que arcar com transporte e alimentação, alguns de nós são convocados/as a trabalhar aos sábados e a maioria trabalha no recesso escolar.
Casos de assédio moral vêm se tornando corriqueiros, pois não há estabilidade alguma garantida. Isso, num período em que há cada vez mais estudantes necessitando de auxílio financeiro, faz com que muitos/as sejam submetidos/as a condições humilhantes de trabalho e não denunciem.
Imaginem os/as trabalhadores/as na sociedade sem direito trabalhista algum. O que regularia o valor dos salários e os benefícios que seriam pagos? A selvageria do mercado.
Essa é a lógica de sistema que rege a política de bolsas na UFES. Com programas de assistência estudantil insuficientes para garantia de permanência, a submissão às condições impostas pelo sistema de bolsas se torna o único meio de ter um mínimo subsídio para exercermos nossos afazeres acadêmicos.
Isso tudo tem uma lógica conjuntural: atende a um modelo de Universidade com gestão empresarial, em que a lógica de redução de custos e superexploração do trabalho é a regra geral. A expansão via REUNI só agrava a problemática e as perspectivas que temos não são nada animadoras.
Frente a isso decretamos: ESTAMOS EM GREVE!
Temos plena consciência que nosso cruzar de braços acarretará em prejuízos na prestação de serviços pelos órgãos administrativos. Mas que fique bem explícito: a responsabilidade pela situação crítica a que chegamos é unicamente da Administração Central da UFES e do Governo Federal.
Cansamos de nos sentir angustiados/as. Passamos à indignação e à ação concreta e coletiva. Individualmente nossa voz não ecoa. Coletivamente nossos braços construirão uma nova realidade para a educação na UFES e, esperamos, nas demais Universidades do país.
Nossas reivindicações:
1) O imediato reajuste no valor das bolsas para R$510 (quinhentos e dez reais) sem a diminuição na quantidade global de bolsas;
2)Início de um processo de substituição gradual das bolsas PAD (administrativas) por bolsas de pesquisa, extensão e monitoria;
3)Que as atividades de estágio dentro da Universidade sejam regulamentadas de acordo com o disposto na Lei de Estágio;
4)Intensa fiscalização sobre casos de assédio moral;
5)Liberação dos/as bolsistas em véspera de prova e para eventos estudantis;
6) Proibição de ponto para estudantes bolsistas
7)Garantia de férias remuneradas para todos/as os/as bolsistas da Universidade;
8)Vale-transporte e gratuidade no RU para bolsistas;
9)Garantia de que não haja atrasos no pagamento das bolsas;
10) Política de assistência estudantil efetiva, articulada por uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil e Assuntos Comunitários;
11)Pagamento imediato dos benefícios da assistência estudantil deste semestre e garantia de que estes sejam pagos no início de cada período;
12)Contratação de mais servidores técnico-administrativos em educação.
 
Vitória, 27 de outubro de 2010
BOLSISTAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
DIRETÓRIO CENTRAL DOS/AS ESTUDANTES

domingo, 24 de outubro de 2010

A terceira ponte de volta para as mãos do povo!

TODOS CONTRA O PEDÁGIO!!!!
 
 
* Coordenação Estadual do MTL - 15/10/2010
 
A terceira Ponte, que liga Vitória à Vila Velha, teve sua construção iniciada em 1978 foi concluída em 23 de agosto de 1989.
 
Passam cerca de 58 mil veículos por dia por ela (segundo dados oficiais da Rodosol, logo, estimamos que os números sejam ainda maiores). Também segundo a Rodosol, o aumento do número de veículos desde que foi inaugurada, foi de 450%!!
 
A construção teve início no último ano do Governo Élcio Alvares (reeleito deputado estadual). Élcio contrata a Usimec sem licitação e mais tarde, em 80, é criada uma CPI para investigar o desvio de recursos na construção.
 
Em 1987 o governador Max Mauro foi o primeiro a atravessar a ponte, e já haviam sido gastos mais de 130 milhões de dólares e ainda faltavam cerca de 23 milhões para terminá-la.
 
A empresa Operações de Rodovias LTDA - ORL - ganhou a concessão de 1989 até 1998 quando acabaria o pedágio.
 
O governo Vitor Buaiz entrega a concessão para a empresa Rodo Sol e o pedágio não acaba. O prazo da concessão deveria vigorar por 25 anos, porém a Rodosol ficava responsável por diversas obras, entre elas, alças e pistas produzindo rotas alternativas de descida para Vitória e Vila Velha.
Durante a década de 90 outras duas CPIs ocorreram para investigar o preço do pedágio e denuncias de desvios de recursos nas obras.
 
Em 2004 outra CPI é instalada, e ela aponta uma série de irregularidades, como o atraso na execução das obras do Canal Bigossi, que deveriam ter sido iniciadas em 2002. A CPI também sugere que o valor do pedágio é superior ao viável economicamente.
 
Em 2008 foi discutida a tomada da concessão por uma série de irregularidades no contrato, porém um estudo da FGV apontou que essa quebra custaria 428 milhões de reais aos cofres públicos, dessa forma, o governador recuou e solicitou à Rodosol uma obra orçada em 14 milhões para um viaduto em Vila Velha como barganha para manter a concessão.
 
É hora de mudar a essa história!

É preciso organizar um amplo movimento da sociedade capixaba para combater essa cobrança absurda de pedágios na terceira ponte! O MTL apoia esta causa!


A era do "Pelo Menos"

O resultado da eleição demonstrou algumas coisas importantes. Entre várias delas, destacarei algumas que, inclusive, nem sei se são as mais importantes. Apenas me chamaram a atenção!
 
1) As pesquisas induzem muito mais do que disgnosticam, além de errarem muito! Diziam que a Magnofilia era imbativel para mais de 60% dos eleitores, mas ficou em segundo! Diziam que Marina jamais conseguiria ir para o segundo turno, mas muitos se assustaram na apuração. Marina Silva venceu em várias cidades importantes, como Niterói. Na escola onde eu estive no dia da eleição, o ASFA em Jardim Camburi, Marina Silva ganhou, com Serra em segundo e Dilma em terceiro.
 
2) A população capixaba não associa os problemas de segurança à administração pública. Isso se explica pois consideram a segurança um dos maiores problemas e, ao mesmo tempo, escolheram o ex secretário de segurança pública o deputado mais votado. Vejam o paradoxo, um dos responsáveis pelo caos foi agraciado com uma votação monstro.
 
Creio que vivemos a era do "pelo menos".
 
A segurança é um caos, mas "pelo menos" ele parece ser um cara que quer combater o crime. Diz o eleitor iludido.
Vale destacar também que Rodney Miranda faz parte do mesmo partido que era do Gratz, que havia sido denunciado por ele (Rodney Miranda) em seu livro "Espírito Santo". Incrível ele ter buscado o partido de seu ex-pseudo-arqui-rival.
 
Meu candidato é um baita ladrão, mas "pelo menos" é evangélico. Diz também um outro eleitor iludido, porém de uma outra forma.
Meu candidato não tem tem nenhuma proposta, mas "pelo menos" é amigo do meu tio.  Diz um eleitor que acha que está sendo esperto.
 
Esse comportamento provém de uma construção ideológica, a de que "todo político é igual", logo, o "pelo menos" se torna MUITA coisa.
 
Qualquer absurdo se torna "pelo menos". Até um "pelo menos tá na frente nas pesquisas".
 
O PSOL, ainda está longe de um desempenho bom. "Pelo menos", continuamos firmes sem acordos expúrios com as elites corruptas.
 
"Pra não dizer que não falei das flores"
 
Infelizmente o "eleitor ficha suja" não elegeu Heloísa Helena em Alagoas. Lula e o PT escolheram Renan Calheiros. Luciana Genro também perdeu no RS por falta de Legenda, embora tenha feito mais de 150 mil votos, o que nos mostra que o PSOL precisará discutir melhor sua política de alianças em circunstancias especificas.
 
O PSOL do Rio de Janeiro mais uma vez se garantiu! Elegeu Marcelo Freixo com centenas de milhares, a legenda levou a companheira Janira Rocha, do MTL deputada estadual. Além do mais, dois deputados federais, o Chico Alencar e o Jean Willis!
 
Dobradinha indigesta
 
Faz mais de 8 anos que dizemos, "o PT atingiu o máximo de sua degeneração este ano". Para eu não ser repetitivo, não vou analisar o ritmo de degeneração de figuras do PT. Mas vou citar três dobradinhas que considerei indigestas.
 
Uma faixa casada de Alexandre Pessos e Lelo Coimbra em São Pedro. Uma colinha com Lucia Dornellas e Marcos Vicente. Guilherme Lacerda e Odélio Cocó, em Itaguaçu.
 
Cabe perguntar:
 
Até que ponto essas coligações e concessões do PT realmente garantem governabilidade?
 
Essa base é mesmo aliada? de quem? Para votar o quê?
 
Essas dobradinhas ajudaram mais os petistas ou os outros?
 
Tadeu Guerzet - 03/10/2010
 

DESEMPREGO, TRABALHO E EDUCAÇÃO PARA A JUVENTUDE NO QUADRO DA INFORMALIDADE CRÔNICA

DESEMPREGO, TRABALHO E EDUCAÇÃO PARA A JUVENTUDE NO QUADRO DA INFORMALIDADE CRÔNICA


*Tadeu Guerzet - 20/02/2010
No debate acerca do mundo do trabalho convencionaram- se chamar de “informalidade” os postos de trabalho que não cumprem os requisitos formais empregatícios e que não recebem garantias legais. Em geral são aqueles postos de trabalho do pequeno comércio informal, ambulante, da prestação de serviços autônomo ou do emprego temporário. Como diz o professor da USP Franscisco de Oliveira, a informalidade é um termo ainda carregado de apelo ideológico. Não existe possibilidade de superação nos marcos do modo de produção capitalista no regime da dominância financeira e na era da predominância do capital fictício.
Durante a década de 90 no Brasil assistimos a bancarrota do trabalho. Diante da contradição primária do sistema capitalista, a luta Capital x Trabalho, o capital tem sido quem desponta com muitos pontos de vantagem no Brasil. Com o advento do plano real, o desmantelamento de postos de trabalho ocasionados pelo baixo crescimento e as privatizações encontrou um ponto crítico. Mesmo os apologétas do capitalismo admitiam que o desemprego era endêmico, estrutural, infalível e abissal.
Das diversas mentiras apregoadas pelo “choque de modernidade”, destaco o falsário discurso da técnica, da qualificação. O capital pressupôs que seria necessário cada vez maior qualificação para ser inserido num mercado de trabalho cada vez mais exigente. Quando que, na verdade, nunca foi preciso uma qualificação real para ocupar os postos de trabalho disponíveis para a maior parte da classe trabalhadora, mesmo a formalmente alocada, onde as maiores exigências são saber ler e interpretar minimamente as orientações da máquina, do software, ou, quando muito, realizar determinada função facilmente adestrável.
O discurso da técnica escamoteia, na verdade, o fato de que o capitalismo é incapaz de absorver e dar garantias para a mão-de-obra excedente, putrefando o exército industrial de reserva e a super-populaçã o-relativa. As garantias de outras épocas, desapareceu, foi substituída pelo just in time, pela negociação direta e pela frieza do serviço de proteção ao crédito.
Este discurso falsário transformou o ensino-cultura num pregão nas universidades. O tempo de sala de aula foi superestimado, é a mais-valia discente. Quantidade de “horas/aula-assistidas”. Tempo de serviço prestado à “sociedade” no quadro negro. De um lado o fordismo do sistema de ensino, do outro lado o fim dos espaços de vivência/culturais nas universidade, o fim da interdisciplinaridade, o surgimento de uma nova arquitetura que privilegia paredes, cadeiras acolchoadas (para se ficar muito tempo sentado, ouvindo) e sem nenhuma arte, vidros fumê, escadas sobre-salas, data-show e etc. Do outro, o discurso inflama o tumor do ensino privado tornando a metástase dos cursos compartimentalizados mais vigorosa, cada vez mais “curso superior em engenharia de cálculo petrolífero de plataformas do Atlântico sul”ou “administração com ênfase na produção de sapatos no ABC paulista” e coisas do tipinho. Pode parecer engraçado, mas na Estácio de Sá-RJ existe curso de engenharia aeronáutica com habilitação em aeronaves com asas fixas, curso superior de estética, para secretariado executivo trilíngue, para gestão de segurança privada e etc.
O quadro econômico sustentado por este discurso gera a demanda que o mercado das carteiras escolares superiores tanto precisava. Sub-cursos, gerando sub-profisionais para ocupar os mesmos empregos e para desempenhar uma função de igual natureza, porém repaginada, minuciosa, sem uma visão totalizante do processo produtivo. É um facilitador do processo de alienação descrito por Karl Marx nos Manuscritos- economicos filosóficos. Não se trata de um trabalhador do ramo de tecidos, alfinetes ou sapatos que não enxerga o seu trabalho no produto final, se trata de um complexo produtivo que absorve e faz “desaparecer” o esforço de milhões que não enxergam seu trabalho (administrativo, técnico, pesado, leve, informatizado, de transporte, de logística, de armazenamento, de insumo etc..etc...etc) no produto final bem pudera,o que já era difícil foi dificultado por uma formação superior cada vez mais micro-localizada.
Obviamente esta catástrofe atinge a juventude no peito (e no bolso). No Brasil, 66% dos jovens trabalham ou procuram trabalho. 21% apenas estudam e 13% não estudam, não trabalham e não procuram trabalho. 60% da juventude vivem em com a renda familiar per capita de um salário mínimo. 40% dos jovens desempregados estão abaixo da linha da pobreza.
Dos jovens que trabalham, a imensa maioria está na informalidade, 40% exerce jornada de trabalho superior a 44h. De outubro de 2008 à fevereiro de 2009 foram desfeitos 17.000 postos de trabalho para a faixa etária entre 18 e 24 anos. Entre 25 e 29 foram quase 200.000.
As políticas públicas amenizam esta catástrofe, embora não signifiquem um modo eficaz de superação do problema. A única saída é a superação do regime. Do modo de produção, reprodução e apropriação de riquezas no mundo.

* Tadeu Guerzet, é graduando do curso de Ciências Econômicas, membro da coordenação estadual do MTL e do diretório regional do PSOL-ES. Foi diretor do DCE da UFES nos anos de 2004, 2006 e 2007.

MTL se reorganiza no Espírito Santo

Unindo a luta do campo e da cidade!

2010 foi um ano de consolidação do movimento no estado do Espírito Santo. Estivemos presentes em quase todas as manifestações, no grito dos excluídos, no plebiscito pelo limite de terras no Brasil. Estivemos na luta da Portelinha, ocupação urbana no município de Aracruz. NEste processo eleitoral, tomamos partido em defesa das candidaturas de esquerda e socialistas do PSOL, lançamos dois candidatos pelo PSOL, o companheiro Tadeu Guerzet, candidato a Deputado Estaudal, e o companheiro Gustavo De Biase, embos os mais votados do partido no ES.
Saimos fortalecidos destes processo, agora vamos organizar nosso primeiro encontro estadual no ES. Você que é simpatizante do MTL, entre em contato com nossa coordenação estadual. A organização é o ponto fundamental da luta da classe trabalhadora! Se organize você também!

Reunião do MTL de Outubro

Em Outrubro realizamos uma reunião do movimento que escolheu uma nova coordenação estadual provisoriamente. Essa coordenação estadual é Tadeu Guerzet, Karina Moura, Ruy Barboza, Rafael Madeira, Gustavo De Biase e Dinho.